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Campanha Salarial 2023

Jornada de assembleias sobre Campanha Salarial começa na Schaeffler

Primeira assembleia foi marcada por pressão por aumento real e reposição da inflação do período; a partir desta semana, diretoria do SMetal deve intensificar conversas nas portas de fábrica

Caroline Queiróz Tomaz/Imprensa SMetal

Na Schaeffler, mobilização dos trabalhadores é por reposição da inflação acumulada desde a última data-base dos metalúrgicos e mais 2% de aumento real | Foto: Foguinho

Nesta terça-feira, 19, os dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) deram início à jornada de assembleias referentes a Campanha Salarial de 2023. O momento foi marcado por um encontro na Schaeffler, que contou com a participação dos trabalhadores da empresa, membros do Comitê Sindical (CSE) e diretores do SMetal.

Os representantes do Sindicato abordaram os pontos da data-base dos metalúrgicos (1º de setembro) e falaram a respeito da desvalorização salarial até agora. Com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de setembro de 2022 até agosto de 2023, os metalúrgicos acumulam um percentual de 4,06% com perdas salariais.

Durante as assembleias, a deliberação dos trabalhadores da Schaeffler foi de que, no que diz respeito ao reajuste salarial, eles não aceitarão menos do que o percentual de inflação do período e mais 2% de aumento real.

“Até dia 19 de setembro a Federação [FEM/CUT-SP] não recebeu nenhuma proposta. Então o recado que os metalúrgicos mandam é que com, menos de 2% de aumento real, iremos parar as empresas e negociar com a fábrica parada”, disse Valdeci Henrique da Silva (Verdinho), vice-presidente do SMetal, na assembleia.

Durante sua fala, Verdinho lembrou que o único momento que a bancada patronal sinalizou alguma proposta concreta foi logo após a assembleia realizada na madrugada desta terça-feira com o 1º turno da Schaeffler. Para ele, isso mostra que esse tipo de mobilização tem potencial tanto para ouvir o que pensam os companheiros, quanto para pressionar os patrões.

Leandro Soares, presidente do SMetal, também fez uma fala durante o encontro. Ele ressaltou a importância da defesa, para além do reajuste salarial, das Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs) dos metalúrgicos.

“As nossas Convenções continuam, desde 2017, minimizando os efeitos da Reforma Trabalhista. Os metalúrgicos de Sorocaba e região por meio da cláusula de salvaguarda, por exemplo. Para além disso, as CCTs ampliam os direitos previstos na CLT e iremos defendê-las sempre”, disse.

Nesta semana, a Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM/CUT-SP) está realizando uma nova rodada de negociações com os representantes das bancadas patronais. Essas informações serão atualizadas no Portal SMetal.

Enquete

Na última semana, o Sindicato dos Metalúrgicos lançou mais uma ferramenta na construção da Campanha Salarial. A entidade colocou no ar uma enquete que teve como objetivo ouvir a opinião dos trabalhadores sobre o assunto. Além disso, o questionário – que teve adesão expressiva da categoria – também serviu como um termômetro para medir o potencial de mobilização dos companheiros nas fábricas.

Cronologia Campanha Salarial 

O tema das negociações da Campanha Salarial de 2023 é: “A Luta Continua Pela Reconstrução dos Direitos, dos Salários e da Democracia” e os eixos aprovados são: reposição da inflação; aumento real; valorização dos pisos salariais; valorização das Convenções Coletivas de Trabalho; redução de jornada sem redução de salário e redução dos juros.

► Em junho pauta de reivindicações da Campanha Salarial é aprovada em plenária da FEM-CUT/SP;

Em junho reunião da FEM-CUT/SP dá início à organização da Campanha Salarial 2023;

► Em julho, foram protocoladas as pautas nas bancadas patronais;

► Ao Grupo 3, pautas foram entregues em outra data do mês de julho;

► Em agosto FEM/CUT-SP e filiados participaram de reuniões online com patronais;

► Em setembro um encontro no SMetal definiu os rumos das mobilizações;

► Na última semana novas reuniões terminaram sem propostas! 

Outros assuntos

Sidnei Morales Hernandes, membro do CSE na Schaeffler, aproveitou a assembleia para tratar de alguns assuntos específicos do cotidiano da empresa. Entre os temas tratados estão a qualidade da comida servida no refeitório, a evasão de profissionais especialistas do convênio médico, a valorização do vale cesta e outros.

O Comitê é composto por dez trabalhadores: Ademilson Terto da Silva; Claudemir dos Santos (Borboleta); Claudinei Hader (Coelho); Josué Luiz Pereira dos Santos; Marcos; Antônio Alves da Costa (Marquinhos); Nelson Brilhante do Sol Gaino; Roque Medeiros de Souza; Sidnei Morales Hernandes; Sebastião Aranha de Moraes (Aranha) e Valdeci Henrique da Silva (Verdinho).

Sediada em Sorocaba, a Schaeffler reúne as três principais marcas: INA, FAG e LuK. Além da planta fabril localizada no Brasil, a empresa possui operações em outros países da América do Sul. No estado de São Paulo, se enquadra no Grupo 3, que contempla Sindipeças (autopeças), Sinpa (porca e parafusos) e Sindiforja.

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