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Por aumento real

Metalúrgicos da CUT darão início às mobilizações da Campanha Salarial

Decisão foi tomada em reunião realizada nesta terça, 5, em Sorocaba, que definiu os próximos passos das negociações por aumento real nos salários e manutenção dos direitos

Daniela Gaspari / Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal

Durante a reunião dos sindicato da FEM-CUT/SP, o secretário-geral do SMetal, Silvio Ferreira, destacou a importância da valorização do piso e da luta pelo fim do teto salarial

Chegou a hora de dar início às mobilizações nas fábricas em busca de aumento real nos salários e a manutenção dos direitos.

Foi o que decidiram os dirigentes da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT/SP) e dos sindicatos filiados em encontro sobre a Campanha Salarial 2023, realizado nesta terça-feira, dia 5, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal).

“Na próxima semana, daremos ao processo de intensificação das mobilizações com realização de assembleias e mais discussão na base. É hora de colocar o trabalhador em condição de lutar pelo reajuste, também pelas cláusulas sociais, pela valorização dos pisos e dos tetos e todos os temas de direitos sociais que estão colocados na pauta da Campanha Salarial”, afirmou o presidente da FEM-CUT/SP, Érick Silva.

A data-base dos metalúrgicos é 1º de setembro e, faltando apenas o índice do mês de agosto para fechar a data-base da categoria, as perdas salariais dos trabalhadores com a inflação estão acumuladas em 3,85%. O INPC de agosto será divulgado pelo IBGE na próxima terça-feira, dia 12 de setembro.

“Falta uma semana para a divulgação do INPC e estamos discutindo qual é o índice que iremos defender enquanto aumento real nos salários. Sorocaba é fundamental para que possamos avançar nas nossas lutas e conquistas. Neste ano, temos convenções coletivas para serem discutidas, aumento de salário e precisamos cada vez mais do fortalecimento e da unidade da classe trabalhadora”, enfatizou o secretário-geral do SMetal, Silvio Ferreira.

Análise política e econômica

Além de deliberar sobre os próximos passos da Campanha Salarial 2023, no encontro foi realizado ainda uma análise de conjuntura do Brasil, desde a desconstrução dos direitos da classe trabalhadora até o momento atual, de reorganização na economia e nas políticas sociais brasileiras.

Foi apresentado ainda um compilado de informações e índices econômicos nacionais e do ramo metalúrgico, promovido pelo supervisor do escritório regional São Paulo do Dieese, o economista Fernando Lima.

“A economia brasileira mostra bons sinais. Quando analisamos o mercado de trabalho dos Metalúrgicos da CUT, ele é positivo, com uma inflação controlada e baixa e mais de 88% da categoria conquistando aumento real nas negociações em todo o país”, sintetizou.

Novas rodadas de negociação

No dia 22 de agosto, a FEM-CUT/SP concluiu a primeira rodada de negociações com as bancadas patronais. Apenas o Grupo 10, que abrange prioritariamente micro e pequenas empresas, se recusou, mais uma vez, a negociar a Campanha Salarial com a Federação.

De acordo com o presidente da Federação, Érick Silva, novas rodadas estão sendo agendadas para as próximas semanas. “Creio que vamos avançar nas discussões das cláusulas sociais nas próximas reuniões, as o caminho agora é buscar a unidade e mobilização da categoria, para garantir aumento real nos salários e também possibilitar fecharmos as CCTs com ganhos para os metalúrgicos, especialmente para as companheiras. Vamos seguir firmes nessa luta”, assegura.

Confira abaixo a divisão dos grupos na Campanha Salarial 2023:

SICETEL: trefilação e laminações de metais;
SIESCOMET: esquadrias e construções metálicas;
SINIEM: estamparia de metais;
SINDRATAR: refrigeração, aquecimento e tratamento de ar;
SIFESP: fundição;
GRUPO 10: lâmpadas; equipamentos odontológicos; mecânica; material bélico; entre outros – especialmente pequenas e micro empresas;
AEROESPACIAL: construção de aeronaves, equipamentos gerais aeroespaciais e aero peças;
GRUPO 8.3: SINAFER (ferros, metais e ferramentas), SIAMFESP (artefatos de metais não ferrosos) e SIMEFRE (equipamentos ferroviários e rodoviários);
SINDICEL: condutores elétricos, trefilação e laminação de metais não ferrosos;
GRUPO 2: SINDIMAQ (máquinas e equipamentos) e SINAEES (aparelhos elétricos e eletrônicos);
GRUPO 3: SINDIPEÇAS (autopeças), SINPA (porca e parafusos) e SINDIFORJA
MONTADORAS: Negociações por fábrica. Ex. Toyota negocia individualmente.

Sobre a Campanha Salarial 2023

O tema das negociações deste ano será “A Luta Continua Pela Reconstrução dos Direitos, dos Salários e da Democracia” e os eixos aprovados são: reposição da inflação; aumento real; valorização dos pisos salariais; valorização das Convenções Coletivas de Trabalho; redução de jornada sem redução de salário e redução dos juros.

Em julho, foram protocoladas as pautas nas bancadas patronais. Nos grupos Sicetel, Siescomet, Siniem, Sindratar, Sifesp, Sindifupi, Grupo 10 (Fiesp e Aeroespacial), Grupo 8.3 (Simefre, Sinafer e Siamfesp) e G2 (Sindimaq E Sinaees), a pauta é cheia. Isso significa que serão discutidas as questões econômicas e sociais da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Nos demais grupos – Sindicel e Grupo 3 (Sindipeças, Sinpa e Sindiforja) – a pauta é parcial, pois as CCTs possuem vigência até agosto de 2024. Por isso, em 2023, estão sendo negociadas somente as cláusulas econômicas, como reajuste no piso, no teto e nos salários.

A FEM-CUT/SP negocia a Campanha Salarial para cerca de 190 mil trabalhadores no Estado de São Paulo. Ao todo, a categoria tem cerca de 211 mil metalúrgicos, contando os trabalhadores das montadoras.

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