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Editorial

O Sindicato está nas fábricas e nas ruas

No editorial desta semana, a Folha Metalúrgica aborda o papel do sindicato de alertar que é preciso resistir ao retrocesso, neste período de ofensiva contra os direitos da classe trabalhadora

Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal
O SMetal está organizando protestos para pressionar as empresas à ajudarem a desemperrar os acordos da Campanha Salarial 2017.

O SMetal está organizando protestos para pressionar as empresas à ajudarem a desemperrar os acordos da Campanha Salarial 2017.

Em entrevista à imprensa do SMetal, o juiz da 15ª Região do Tribunal do Trabalho, Marcus Barberino, que também é professor da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), lembrou que o Brasil teve um período considerado economicamente como ‘milagrinho’, entre 2004 e 2014.

Esse período fez com que uma geração inteira de trabalhadores conhecesse apenas a bonança. Não passaram por uma crise econômica, não conheceram um mundo do trabalho precário, nem o desemprego desestrutural.

O juiz fez esse recorte para avaliar como deverá ser o enfrentamento da classe trabalhadora agora, quando o país passou de um Estado Democrático de Direito aos processos de violações do poder.

Para salientar os impactos que essas medidas do governo Temer (PMDB) vêm provocando na sociedade, a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) está indo às portas de fábricas e também nas rádios e jornais. É preciso mais do que nunca informar para mobilizar. Mobilizar para não permitir que os processos de exploração dirigidos pelas forças da financeirização do capital destruam o que restou da democracia.

Esses processos de explorações vêm camuflados com nomes do tipo “Reforma Trabalhista”, que ao invés de reformar, atualizar, modernizar, tem o propósito claro, ou melhor, descarado, de viabilizar o aumento de lucros do capital.

Nossa categoria já está sentindo esses reflexos do aprofundamento das desigualdades. Não há mais preocupação democrática. O Estado não tem mais o compromisso de realizar os direitos fundamentais.

Respaldado pelas reformas do governo, o setor patronal está endurecendo o discurso e atrasando as negociações da campanha salarial para que o dia 11 de novembro – quando as mudanças trabalhistas passar a vigorar – chegue logo e os direitos da CLT fiquem obsoletos.

Mas, com tantas lutas, suores, histórico de resistência, não podemos permitir que um projeto de nação seja substituído por um aumento de autoritarismo, segregação social, pela grande recessão econômica. Será o fim da sociedade salarial?

O Sindicato está nas ruas, dentro das fábricas e fora delas, para alertar e anunciar que é preciso resistir ao retrocesso. Defendemos nossa Convenção Coletiva de Trabalho para que as cláusulas mais importantes não sejam perdidas. Não admitimos grávidas e lactantes em locais insalubres, não reduziremos nosso piso salarial, banco de horas tem que ser acordo coletivo e não a partir de negociação direta com o empregador.

Queremos segurança no trabalho e trabalho digno! Já estamos atuando contra a prática de algumas empresas que estão terceirizando sem limites, precarizando ainda mais o ambiente do trabalho e a saúde do metalúrgico.

Se na empresa em que você trabalha o empresário já começou a implantar as mudanças da Reforma Trabalhista, denuncie ao Sindicato! Fiquem atentos às assembleias e participem ativamente das mobilizações em defesa dos nossos direitos. Vamos todos à luta!

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