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Violência matou mais de uma mulher por dia em 2022, diz estudo

495 mulheres foram assassinadas e 2.423 foram vítimas de violência na Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, RJ e São Paulo; SMetal participa de ato nesta quarta-feira, 8, na Avenida Paulista

Com informações da CUT Brasil
Foguinho/Arquivo/Imprensa SMetal
Militantes de Sorocaba vão marcar presença no ato em São Paulo, nesta quarta-feira, 8

Militantes de Sorocaba vão marcar presença no ato em São Paulo, nesta quarta-feira, 8

Um levantamento publicado nesta segunda-feira (6), mostra o crescimento da violência contra a mulher brasileira nos últimos anos. Realizado em sete estados, o estudo “Elas Vivem: dados que não se calam”, baseado em dados Rede de Observatórios da Segurança, aponta que a cada dia do ano passado houve pelo menos uma morte por feminicídio nesses estados.

Ao todo, 495 mulheres foram assassinadas e 2.423 foram vítimas de violência na Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. A cada quatro horas, uma mulher desses estados sofreu algum tipo de violência. Na maior parte dos casos – 75% – o agressor é o próprio companheiro da vítima ou os ex-companheiros.

Ranking da violência

De acordo com o estudo, o estado de São Paulo lidera o número de casos. Foram 898 vítimas de algum tipo de violência, um a cada dez horas. Pernambuco aparece em segundo lugar, com um total de 225 casos de violência. O estado também é líder em assassinatos de pessoas trans.

Já a Bahia lidera no número de mortes, com um total de 91 assassinatos de mulheres. No Rio de Janeiro, o número de casos aumentou 45% em relação ao ano anterior. O levantamento mostra um caso de violência a cada 17 horas.

Veja os totais de casos de violência, que incluem as agressões e os assassinatos:

São Paulo: 898 casos (58%)

Rio de Janeiro: 545 casos (22%)

Bahia: 316 (13%)

Pernambuco: 225 casos (9%)

Maranhão: 165 casos (6%)

Ceará: 161 casos (6%)

Piauí: 113 (4%)

Quem é o agressor

Na maior parte dos registros localizados nos sete estados, o agressor é o companheiro ou ex-companheiro das vítimas. São eles os responsáveis por 75% dos casos de feminicídio. As principais motivações são brigas e términos de relacionamento. Mas tem outros familiares listados como agressores, entre eles, os irmãos.

Formas de violência contra a mulher

O estudo mostrou que a agressão física foi a causa de 987 dos casos de violência contra a mulher, ou seja, a maior parte. Outros 282 casos se deram por meio de violência sexual e estupro, 216 foram violência verbal e 145 por cárcere privado e tortura.

As diversas faces da violência incluem, além das agressões físicas, praticadas na grande maioria das vezes por seus parceiros, a violência psicológica como o assédio moral, a violência dada pela discriminação e pela desigualdade nos mais diversos espaços, inclusive o mercado de trabalho e pela violência patrimonial, situação em que agressor age para violar a independência da mulher.

Outro estudo

Uma outra pesquisa, realizada pelo Datafolha e pelo Fórum Nacional de Segurança Pública mostra que, em todo o Brasil, 699 mulheres morreram vítimas de feminicídio somente no primeiro semestre de 2022. O índice é 10,8% maior que no mesmo período de 2019, primeiro ano da gestão de Jair Bolsonaro (PL)

Coletivo de Mulheres do SMetal participa de ato em SP

No Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, a CUT, centrais e movimentos de mulheres farão atos em diversas cidades do país, com o tema “Mulheres em defesa da Democracia”. Em São Paulo, a ação acontece às 17h, no Vão Livre do Masp, na Avenida Paulista. Antes, às 15h haverá uma atividade no Espaço Cultural Lélia Abramo, na Rua Carlos Sampaio, 305 (próximo à Paulista).

O Coletivo de Mulheres do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) e demais militantes do movimento feminista da cidade vão marcar presença no ato. “É um momento de importante para expressarmos nossa indignação com esse cenário de violência e desigualdade que ainda nos atinge. Nossa luta acontece todos os dias e o dia 8 é um grande símbolo de tudo que buscamos seja na sociedade ou no mercado de trabalho. Estaremos sempre juntas nessa luta”, diz Priscila Silva, diretora do SMetal e coordenadora do Coletivo de Mulheres.

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