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Editorial: Que indústria queremos?

Editorial da Folha Metalúrgica nº 950 aborda a nova lei de incentivo fiscais para empresas em Sorocaba e a importância delas cumprirem os compromissos com o emprego digno, com a garantia de direitos

Imprensa SMetal
Divulgação

Sabemos que ainda é muito distante a implementação generalizada da Indústria 4.0 no Brasil, sendo que a maioria das empresas não conseguiu nem atingir a revolução industrial 3.0. É só verificarmos os problemas que temos com o sinal de internet.

Em tempos de precarização, de discursos e ações governamentais que geram mais informalidade e desemprego do que carteira assinada, precisamos falar, urgentemente, sobre emprego digno.

De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C), divulgada no dia 27 do mês passado, pelo IBGE, os trabalhadores na informalidade atingiram o recorde de 41,4% do total da população ocupada no país.

Devido à falta de política industrial, empresas com a Wobben estão encerrando a produção. Não há incentivo para energias renováveis no país. Nem incentivo em qualquer outro segmento. Está estagnado. O governo federal vive agora de tuitadas, não de políticas sociais, nem projetos para o desenvolvimento.

Nesta quarta, 2, enquanto esta edição da Folha Metalúrgica estava sendo finalizada, os vereadores votavam dois Projetos de Lei, de autoria do executivo municipal, visando incentivos para empresas locais. Um deles, o PL 316, concede incentivos fiscais a empresas que virem se instalar ou que querem se manter na cidade e outro, para incentivar empresas de tecnologia na região central da cidade.

Já o PL 317 tenta minimizar os impactos da crise política, econômica e social que o Brasil atravessa mediante a concessão de benefícios fiscais destinados à indústria e a empresas prestadoras de serviços que venham se instalar em Sorocaba, ampliar as instalações, readequar as unidades produtivas, ou que queiram se manter na cidade. Benefícios como: redução da alíquota de ISSQN (Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza), de 5% para 2%, e isenção total do IPTU, entre outros. Os incentivos podem durar 12 anos, sendo reavaliados a cada dois anos.

Nós, enquanto representantes dos trabalhadores metalúrgicos, somos a favor de políticas públicas que favoreçam o desenvolvimento da cidade e da região. Mas é preciso que as empresas que forem beneficiadas deem contrapartidas ao município.

Não constam nos projetos, mas exigimos a contratação de trabalhadores com direitos garantidos, com práticas saudáveis no ambiente de trabalho ao invés de assédio moral e sexual. Que essas empresas sejam responsáveis tanto com o meio ambiente, não contaminando no solo, quanto na ética no local de trabalho.

Uma das empresas que pode se beneficiar dos incentivos fiscais, novamente, é a Flextronics. É bom lembrar que em 2011, por ação deste sindicato, sofreu um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) do Ministério Público por assédio moral, por restringir o acesso ao banheiro.

A mesma que ainda insulta seus trabalhadores, conforme inúmeras denúncias recebidas pelo sindicato, e que se nega a conceder um PPR justo aos responsáveis pelo crescimento da produtividade e dos lucros da empresa.

Queremos geração de postos de trabalho, sim! Com responsabilidade, porque nenhuma sociedade evolui sem segurança econômica, sem igualdade de oportunidades ou desenvolvimento humano!

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