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EDITORIAL: Pelo privilégio da servidão ou da emancipação?

Editorial da Folha Metalúrgica nº 938 aborda a necessidade de emancipação do trabalhador para que a regra não continue sendo a precarização. A luta é para que a vida seja valorizada acima do capital

Imprensa SMetal
Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Unidade e mobilização continuam sendo as palavras de ordem para reverter essa história por um novo amanhecer

Unidade e mobilização continuam sendo as palavras de ordem para reverter essa história por um novo amanhecer

Até quando alguns continuarão acreditando que a Reforma da Previdência poderá gerar mais postos de trabalho? Quem acredita, realmente, que investimentos virão ao país sem uma política de desenvolvimento nacional?

Talvez, os mesmos que acreditaram que a Reforma Trabalhista fosse melhorar a situação do país, quando na verdade, só piorou, aumentando a informalidade. Não passou de um conto de fadas sem final feliz.

Muitos com rei na barriga desfilam suas arrogâncias em meio à multidão, enaltecendo esse governo que tem um lado claro e não é o lado de quem trabalha. Esse governo aumenta os lucros da indústria de armas, do capital financeiro, dos agrotóxicos. Deixa as riquezas do país para a parcela ruralista e mineradora que não respeita sustentabilidade, a saúde dos povos, nem se preocupa com a biodiversidade.

É um governo destrutivo para o solo e para a vida dos cidadãos. Sem qualquer projeto para política industrial, para a educação ou para a saúde. Como essa parcela da população acha que o Brasil vai melhorar?

Em Sorocaba, vemos o desmonte dos direitos, das garantias de emprego com a rotatividade, os contratos intermitentes e as demissões em massa, por conta de uma política neoliberal implantada na Argentina e aqui, em terra Brasilis.

Quando deixaremos de ser meros explorados para sermos cidadãos reais de direitos? Até quando será cultuada a elite, que impede que o trabalhador tenha uma vida digna, que receba um salário pelo seu trabalho suado e que possa ter algumas horas semanais de lazer com a família?

O Brasil deve superar o “privilégio da escravidão”, como diz o sociólogo Ricardo Antunes no livro que recebe esse nome. Ele explica que, atualmente, os adoecimentos, padecimentos, precarizações, terceirizações, desregulamentações e assédios parecem tornar-se mais a regra do que a exceção.

Para ele, o que se coloca no horizonte da luta da classe trabalhadora é o desafio da emancipação. Visto assim, que estejamos ao lado de quem almeja um mundo melhor e não do senhor da morte.

Se houver dúvidas quanto ao atual governo atuar por aquilo que há de pior é só pesquisar que suas ações são via canetadas, como a Portaria 604 que libera o trabalho aos domingos e feriados civis e religiosos. Antes, era necessária negociação com o sindicato para que o trabalhador não tivesse seu direito lesado e pudesse ser aplicado 100% ou até 150% do pagamento nessas datas. Com a portaria, não há mais negociação.

Antes dessa portaria, o governo tinha anunciado a exclusão de 90% das Normas Regulamentadoras (NR´s) que foram criadas para prevenir acidentes de trabalho.

Diante todos esses ataques nosso posicionamento não é o de lamentação, mas sim de luta porque sempre soubemos que a briga contra os donos do capital não é fácil. Exige disposição para enfrentar tempos difíceis, como esse pelo qual passamos.

Unidade e mobilização continuam sendo as palavras de ordem para reverter essa história por um novo amanhecer.

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