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Editorial

Unir e resistir para avançar e vencer

No editorial da Folha Metalúrgica confira análise sobre a crise do governo Temer e a imprensa que ao tentar sustentá-lo, omite grandes lutas por eleições diretas, como a de Brasília no dia 24 de maio

Imprensa SMetal

Quem lê, ouve e vê notícias por veículos de comunicação não-golpistas, do Brasil e do exterior, está ciente de que o governo Temer, mesmo ilegítimo, ataca física e moralmente seus opositores, destrói direitos adquiridos da população, corrompe e é corrompido, mantém relações suspeitas com membros dos poderes Legislativo e Judiciário, entre outras condutas deploráveis que não apenas emperram, mas retrocedem em décadas o desenvolvimento do Brasil.

O cenário caótico atual é um resultado costumeiro de governos golpistas. É essa a faceta verdadeira da direita. Sempre foi. Com Temer não é diferente.

Para quem não é refém dos órgãos de comunicação convencionais, os acontecimentos de Brasília, durante o ato do dia 24, ajudaram a expor ainda mais essa forma de atuar da direita usurpadora.

Imagens abertas da passeata, como as divulgadas pela Imprensa SMetal, revelam o quanto são absurdas as estimativas de público divulgadas por alguns jornais, que contavam 25 mil pessoas no ato.

A própria Polícia Militar chegou a estimar, no início da tarde, 150 mil participantes. Número que, horas mais tarde, por motivos não explicados, foi reduzido pela corporação. Já a organização do movimento contabilizou 200 mil pessoas.

Os golpistas têm a certeza de poder contar com veículos de imprensa como a Globo, a Veja, os jornalões Folha de SP e Estadão, entre outros, para encobrir a truculência policial e focar as notícias em ações isoladas de Black Blocks.

Anos atrás, vândalos também agiram de maneira irresponsável, mas tiveram bem menos destaque nas notícias sobre o ato. Justamente o oposto do que aconteceu na semana passada, durante a manifestação contra Temer, por eleições diretas e contra as reformas.

As sementes do ódio que se infiltram nas manifestações e nas redes sociais foram plantadas por golpistas, coxinhas e equivocados. Dessas sementes germinaram vândalos de atos públicos e o caos social, político e econômico de hoje.

Diante do panorama sinistro que ajudaram a criar, agora alguns golpistas tentam tirar o corpo fora e fazer pose de críticos do governo.

A partir das delações e gravações dos donos da JBS, as organizações Globo (TV, rádio, jornal e editora) passaram a ensaiar uma campanha pelo Fora Temer. Mas é prudente tomarmos cuidado com as intenções dessa mudança de postura.

Como o presidente ilegítimo está em situação insustentável, tanto política quanto moralmente, há uma facção da direita disposta a dispensá-lo para que seja substituído por outro representante das grandes corporações. Mas a troca se daria por eleições indiretas e sem renovação do Congresso, onde a maioria dos deputados e senadores ainda atende muito bem aos interesses do Capital, nacional e internacional.

Tanto para barrar as reformas como para tirar Temer do poder e forçar a realização de eleições diretas já, é necessário o aumento cada vez maior do engajamento popular. E isso já vem acontecendo, como demonstraram a greve geral de abril e os atos deste mês em Brasília e no Rio de Janeiro.

Desde já, parabéns e saudações a quem tem coragem de promover a unidade da classe trabalhadora, de resistir aos ataques dos golpistas para avançar e vencer em benefício da democracia, dos direitos adquiridos e da justiça verdadeira a todos os brasileiros.

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