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Tecsis tenta criar banco de horas irregular para driblar excesso de horas extras

Para ter validade, acordos devem ter a participação do Sindicato e ser aprovado pelos trabalhadores em assembleia

Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal
O dirigente sindical Valdeci Henrique da Silva, Verdinho, conversa com trabalhadores da planta 7 durante assembleia

O dirigente sindical Valdeci Henrique da Silva, Verdinho, conversa com trabalhadores da planta 7 durante assembleia

A fabricante de pás eólicas Tecsis, empresa de grande porte que emprega mais de 5 mil funcionários em nove unidades em Sorocaba, quer que os trabalhadores assinem uma “lista”, que autorizaria a empresa a criar um banco de horas irregular.

Com a produção em alta e já alertada pela justiça devido ao grande número de horas extras, a fábrica quer que os funcionários trabalhem onze sábados seguidos e outros cinco feriados para receber uma parte em dinheiro no mês de outubro e compensar a outra com folga, em dezembro.

A fábrica quer fazer essa manobra porque precisa acelerar a produção e porque não pode aumentar ainda mais a carga de horas extras a qual submete os funcionários.

“É uma manobra para enganar a justiça que já alertou a fábrica sobre a exploração excessiva dos trabalhadores”, diz o dirigente sindical Valdeci Henrique da Silva, o Verdinho.

Para conseguir a aprovação da proposta, a empresa evitou o Sindicato e fez correr no chão de fábrica uma lista para que cada funcionário desse o visto de concordância.

“Vamos trabalhar para impedir essa manobra. Primeiro porque que gente é contra o excesso de horas-extras e, segundo, porque banco de horas deve ser negociado com o Sindicato. Além disso, correr lista na fábrica com esse teor coage os trabalhadores”, acrescenta Verdinho.

É preciso união
O Sindicato promoveu assembleias em 4 plantas nesta semana, mas apenas na planta 10 o envolvimento dos trabalhadores foi total. Nas demais, houve pouca participação dos funcionários.

“O Sindicato parabeniza o pessoal da planta 10, que participou e rejeitou a manobra da fábrica, e alerta os demais trabalhadores pela necessidade de união. É a falta de unidade que faz com que a empresa tome coragem e apresente propostas indecentes como esta”, conclui Verdinho.

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