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SOROCABA

Sarau pela Democracia protesta contra cortes na educação

O ato contou com a presença de professores e alunos do IFSP e teve apresentações musicais e leitura de poesias

Imprensa SMetal
Jônatas Rosa / SMetal
Movimentos como Levante Popular da Juventude e Fórum de Educação Infantil apoiaram a iniciativa

Movimentos como Levante Popular da Juventude e Fórum de Educação Infantil apoiaram a iniciativa

Alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), Campus Sorocaba, realizaram na manhã deste sábado, dia 8, um Sarau pela Democracia. O evento aconteceu na praça Frei Baraúna, no Centro. Movimentos como Levante Popular da Juventude e Fórum de Educação Infantil apoiaram a iniciativa.

O ato contou com a presença de professores e alunos do IFSP e teve apresentações musicais e leitura de poesias. Os manifestantes também produziram cartazes e faixas contra o governo golpista de Michel Temer, especialmente com relação a PEC 241/2016, que prevê congelar os investimentos do governo federal, inclusive na educação, por 20 anos.

O professor do IFSP, Denilson Mirin, ressaltou a importância do ato organizados pelos alunos. “Não podemos medir o sucesso do ato pela quantidade de pessoas. Essa é uma célula e que pode crescer, depende da nossa mobilização. Em momentos como esse, temos que escolher se aceitamos a opressão de cabeça baixa ou se vamos nos opor a ela. Eu escolho a segunda opção”.

Educação sob ataque
Fernanda Souza, do Fórum da Educação Infantil, lembrou que toda as fases da educação estão sob ataque com as medidas que vêm sendo tomadas pelo governo federal. “O mercado está de olho na educação infantil, tentando impor uma lógica de privatização. Querem que a educação infantil seja apenas uma fase preparatória para outras fases. Nós não concordamos com isso. A criança é um agente social que não deve sofrer com a alfabetização precoce. Criança tem que brincar, tem que aprender no tempo dela”.

Ela ainda criticou o programa Criança Feliz, lançado essa semana pelo governo federal sob coordenação da primeira-dama Marcela Temer. “O programa Criança Feliz é um retrocesso que coloca a criança de um ponto de vista burguês e, ainda, é extremamente machista quando vê a mãe como um ser divino e única responsável pela criação dos filhos”.

A luta continua
Para Alexia Nascimento, uma das alunas organizadoras do ato, o resultado do Sarau foi bastante positivo. “Conseguimos mostrar que existem forças de diferentes locais de Sorocaba que estão contra os retrocessos na educação e os do governo Temer, em geral. Apesar das pessoas não pararem aqui, elas viram que algo estava acontecendo e que a gente não vai se calar. Foi importante para reunirmos cada vez mais força para tornar isso uma coisa grande que seja capaz, junto com outras cidades, garantir que o povo ainda tenha seu espaço dentro do Brasil”.

A estudante disse ainda que a luta continua. “Sejam atos como estes, sejam manifestações de rua, seja ocupações de escolas, a gente vai agir em conjunto, trazendo todos os coletivos possíveis para tornar isso bem grande”.

Mais luta
No início de setembro, os estudantes do IFSP já haviam protestado com um “aulão” na Praça da Bandeira para chamar a atenção para o tema. Antes disso, representantes dos alunos haviam participado de sessão na Câmara de Vereadores de Sorocaba para pedir apoio aos parlamentares.

Cortes e sucateamento
Atualmente, o IFSP oferece cursos técnicos em administração e eletrônica. Com cerca de dois anos de atuação, a unidade já ofereceu cerca de 500 vagas, entre cursos técnicos e Pronatec. Novos cursos seriam abertos no local, mas isso não deve mais acontecer.

Segundo nota do IFSP, houve uma redução de 20% no orçamento para o próximo ano, o que leva a cortes em custos operacionais. Esse contingenciamento deve afetar setores como vigilância, limpeza, conservação patrimonial, auxílios e bolsas a estudantes carentes.

Ainda de acordo com o IFSP, em 2016 foram destinados R$ 33 milhões para compra de equipamentos, novas construções e aquisição de livros. Para 2017, essa verba deve cair para apenas R$ 3 milhões.

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