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Prefeitura de Sorocaba promete 1,4 mil vagas até o final de 2012

Promessa foi feita durante audiência pública na Câmara, organizada pelo vereador Izídio, na noite de ontem

Jornal Cruzeiro do Sul

Criar 1,4 mil novas vagas em creches públicas até o final de 2012 é a meta da Secretaria da Educação, apresentada durante audiência pública na noite de ontem pela Chefe da Divisão de Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação (Sedu), Marta Cassar. A partir da construção de novas unidades, reforma e ampliação de creches já existentes, o número de crianças matriculadas passaria de 6,6 mil, número apresentado pela própria Sedu, para 8 mil.

A projeção foi considerada insuficiente por participantes da reunião de ontem, que destacaram o crescimento populacional da cidade e a necessidade de acelerar o ritmo de ampliação da rede de educação e atendimento a crianças entre os 4 meses e os cinco anos de idade. Segundo a representante da Sedu, o cadastramento de mães que procuram as creches municipais à procura de vagas aponta que a demanda reprimida existente na cidade é de aproximadamente 300 vagas. O número é baseado no interesse dos pais que se inscrevem nas unidades, e a distribuição das vagas prioriza crianças em vulnerabilidade social ou cujos pais têm carteira assinada, declarou.

Iara Bernardi, ex-representante do Ministério da Educação (MEC) em Sorocaba, acusou a secretaria de não possuir números precisos sobre o número de crianças que precisam de creches e ainda não são atendidas, pois o direito de efetuar o cadastro não estaria sendo cumprido nas creches. Os funcionários não fazem a inscrição, portanto não há levantamento da demanda. Então que estudo foi feito se não existe cadastro?, questionou a deputada federal, que estima a necessidade de se alcançar 16 mil vagas para atender todo o contingente excluído das creches em Sorocaba.

A dificuldade em atender e coletar dados de quem se dirige às creches é comprovada por mães que assistiam a audiência, como a vendedora Patrícia da Silva, de 33 anos, que ainda durante a gestação recorreu à creche do Parque Laranjeiras, onde mora com o marido, desempregado. Disseram que quando meu filho completasse quatro meses teria vaga garantida. Depois disso procurei quatro creches, só uma delas aceitou anotar meu nome em um papel e na creche 24 horas saí chorando quando o atendente disse que seria mais fácil eu ganhar na Mega Sena do que conseguir uma vaga lá. Na prefeitura aconteceu a mesma coisa, procurei o atendimento para creches conveniadas e disseram para eu desistir, porque havia muitas mães aguardando, desabafou a mãe, que ainda espera conseguir a oportunidade de matricular o filho até o dia 10 de junho, quando termina sua licença maternidade.

Ainda de acordo com a Iara Bernardi, apesar de figurar desde 2007 entre as cidades prioritárias para o recebimento de verbas federais destinadas à construção de creche, Sorocaba perdeu a oportunidade de pleitear três supercreches – uma por ano – o que viabilizaria mais 600 vagas. A maneira com que se amplia o número de vagas ainda é muito restrita. Durante o tempo em que representei o MEC na região não consegui convencer a Prefeitura a aderir aos convênios, sendo que a premissa mínima era a apresentação do projeto com a informação da demanda e a doação do terreno, afirmou.

Marta rebateu, dizendo que um projeto para construção de uma creche no Jardim Califórnia foi encaminhado este ano a Brasília, com descrição de terreno com 5 mil metros quadrados. A previsão, segundo a professora, é que o Parque São Bento também receba projeto semelhante.

O professor João Nelson dos Santos, que sucedeu Iara na representação do MEC na região, também esteve no evento. Para ele, a ampliação no fornecimento de vagas em creche depende de determinação, assim como houve para construir pistas de caminhada e ciclovias. As cidades que não conseguem recurso não apresentam projetos adequados ou têm problemas com a titulação de terrenos e Sorocaba tem vontade, pode ser um exemplo, finalizou.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul www.cruzeirodosul.inf.br

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