Em assembleia realizada na manhã desta terça-feira, dia 10, os trabalhadores da White Martins, em Sorocaba, aprovaram o envio de comunicado de greve para cobrar o reajuste do valor do vale alimentação. Além disso, o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) quer debater ainda a equiparação salarial de alguns funcionários.
De acordo com o dirigente sindical Alessandro Marcelo, que negocia com a multinacional, quando a empresa foi instalada em Sorocaba, em 2019, os trabalhadores que vieram transferidos da planta do Rio de Janeiro, tiveram o valor do benefício reduzido. “A empresa alega que oferece desjejum e, por isso, reduziu o valor. Só que no Rio de Janeiro eles também tinham ambos os benefícios, com mais qualidade e um valor maior. Não é uma justificativa plausível para essa redução do vale alimentação”, assegurou.
E completa: “você vai no supermercado e os preços dos produtos estão altíssimos. O vale alimentação atual dos trabalhadores da White Martins não condiz nenhum um pouco com a realidade em que vivemos”.
Com a aprovação do aviso de greve, que deve ser protocolado ainda nesta terça-feira, 10, o dirigente espera que um representante da empresa se reúna pessoalmente com o Sindicato para debater o reajuste no benefício. “Se não tivermos uma resposta nos próximos dias, o segundo passo é a realização de protestos na porta da fábrica e, depois, a paralisação da produção”, enfatizou.
Equiparação salarial
Para tratar da equiparação salarial, o dirigente diz que o Sindicato pretende organizar uma plenária na entidade para conversar com os trabalhadores e levantar quais as principais diferenças nos salários de funcionários que executam as mesmas funções. “Depois de entender qual a realidade desses metalúrgicos, queremos nos reunir com a fábrica para negociar a equiparação desses salários”, explicou Marcelo.
A unidade de Sorocaba da White Martins fica no bairro Iporanga, possui mais de 120 funcionários e é responsável pela fabricação de tanques e reservatórios de gases industriais.
Negociações com as terceirizadas
Na assembleia, Marcelo informou ainda sobre as negociações com as empresas Fratec e CPC, terceirizadas que prestam serviço e, inclusive, funcionam dentro da White Martins. Segundo ele, na CPC, as negociações do Programa de Participação nos Resultados (PPR) estão em andamento e, em breve, o Sindicato deve sentar novamente com a empresa para definir uma proposta, a ser deliberada pelos trabalhadores.
Já na Fratec, os patrões têm se recusado a discutir a pauta enviada pelo Sindicato, que inclui PPR e outras questões. “Se eles continuarem não retornando os nossos contatos, vamos voltar aqui e discutir com os trabalhadores algumas medidas para pressionar a empresa, sejam assembleias mais demoradas, protestos e até mesmo greve. O que não dá é a fábrica continuar tratando com descaso a pauta dos trabalhadores”, finalizou.