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“Os brasileiros não podem pagar a conta dos juros altos”, defende Leandro Soares

Em artigo de opinião publicado na última Folha Metalúrgica, o presidente do SMetal analisa os impactos da política monetária do Banco Central

Leandro Soares/Presidente do SMetal

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A insistência do Banco Central (BC) em manter a atual política de taxação alta é um atentado contra a economia brasileira e ao bolso do trabalhador. Isso porque o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu estagnar a taxa Selic em 13,75% ao ano, um percentual de juros alto com relação a inflação anual, que está em 5%.

Uma taxa alta não é benéfica pra ninguém. A Selic é a principal forma de controle da inflação no Brasil, ela serve para nortear as demais taxas de juros, sejam nos empréstimos, financiamentos e outras aplicações financeiras. Com taxa alta, o trabalhador não compra imóvel, carro, ou se quer consome no cartão crédito, porque os parcelamentos ficam muito caros.

Desta forma, os empresários verão seu estoque de produtos parado se os consumidores não tiverem acesso aos bens de consumo. Indústrias importantes do Brasil, como a própria metalurgia, podem sofrer os danos.

Quando mencionamos a indústria, é impossível não citar que é nesse ramo que estão importantes postos de trabalho que permitem que pais e mães de família possam levar comida, saúde e sustento para os seus lares. O comércio varejista, por exemplo, teve queda considerável em relação ao ano passado. Já no setor metalúrgico os fabricantes de máquinas e equipamentos estão faturando 6,5% a menos do que faturavam em 2022.

Com Selic alta, não há investimento, crescimento e muito menos geração de emprego e renda. Aliás, muitos empregos podem ser ceifados por uma política maléfica, praticada na figura do presidente do BC, Roberto Campos Neto. Não existe explicação para a inflação anual ser de 5% e a Selic beirar os 14%.

Nós, do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, não iremos permitir que os trabalhadores sofram os impactos negativos e os efeitos nefastos da instabilidade econômica em nosso país. Não podemos, de forma alguma, continuar aceitando uma taxa de juros nesse patamar. Nos juntamos ao coro dos indignados, composto por outras frentes da sociedade, para dizer que NÃO! Não aceitamos esse atentado contra a economia brasileira e ao bolso do trabalhador.

Qualquer pessoa que se diga defensora da classe trabalhadora tem o dever moral, social e ético de ser contra a política monetária do BC e contra os juros altos. Aqueles que levantaram bandeiras e slogans se mostrando favoráveis ao crescimento da economia também possuem responsabilidade nesta pauta. Os brasileiros não podem pagar essa conta e cabe a nós estarmos à frente dessa luta.

Por Leandro Soares, para a última Folha Metalúrgica

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