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Sorocaba

Mortalidade infantil atinge menor índice da série histórica na cidade

Segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde, a mortalidade infantil em Sorocaba caiu 15,32% de 2014 para 2015 e atingiu o menor índice de sua história: 10,51 óbitos por 1.000 nascidos vivos

Jornal Cruzeiro do Sul / Ana Cláudia Martins
ADIVAL B. PINTO / ARQUIVO JCS

Prefeitura atribui resultado de 2015 a ações dos setores público e privado de saúde

A taxa de mortalidade infantil em Sorocaba caiu 15,32% de 2014 para 2015 e atingiu o menor índice de sua história: 10,51 óbitos por 1.000 nascidos vivos, segundo os dados divulgados pela Secretaria Estadual da Saúde, em parceria com a Fundação Seade, e ainda ficou abaixo dos índices regional (11,7) e estadual (10,7). Apesar do resultado positivo, a cidade ainda não atingiu o índice que é preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é o valor de um só dígito (menos de 10).

Para a OMS, a mortalidade infantil é o principal indicador da qualidade da saúde pública. Já a Prefeitura de Sorocaba alega que há anos o índice vem apresentando tendência de queda e em 2015 mudou definitivamente de patamar graças aos resultados de uma série de programas, ações e serviços específicos disponibilizados pelos setores público e privado de saúde, para o atendimento às mulheres desde o início da gravidez, bem como às crianças ao longo dos meses sequentes aos nascimentos.

Tendência de queda

Quando a taxa de mortalidade infantil passou a ser computada anualmente nas cidades paulistas a partir dos ano de 1980, Sorocaba tinha índice de 49,47 por 1.000 nascidos vivos na época. Dois anos depois, em 1982, chegou a subir para 52,65 e no ano seguinte caiu para 35,33, o que representou uma queda de 32,90%. No final dos ano de 1980, o índice caiu mais e baixou da casa de 30 para 20 mortes, chegando em 24,73 em 1989.

Ao longo dos anos 90, a taxa ficou oscilando, ano a ano, acima da casa dos 20 óbitos por 1.000 nascidos vivos, com o valor mais alto em 1990 (27,19) e o menor em 1998 (20,25). Já no início do ano 2000 a cidade registrou taxa de mortalidade infantil abaixo da casa de 20 óbitos e chegou a 16,54 mortes por 1.000 nascidos vivos no ano. Até o final da década a taxa oscilou entre os valores de 16 e 12, atingindo o maior valor em 2003 (16,87) e o menor em 2008 (12,35).

Outras comparações

Na última década, a partir de 2010 a taxa de mortalidade infantil em Sorocaba voltou a subir e ficou em 13,35 óbitos por 1.000 nascidos vivos naquele ano. E nos demais o índice apresentou queda em 2011 (12,91) e (2012) 11,59, mas voltou a subir em 2013 (12,62), iniciando nova redução em 2014 para 12,42 e para o menor valor em 2015: 10,5. Confira na tabela abaixo a taxa de mortalidade infantil na cidade de 1980 até 2015, último balanço divulgado pela Seade.

Com base nos dados acima, a queda da taxa foi maior nos primeiros 15 anos do estudo, ou seja, caiu 72,33% de 1980 para 1995, quando passou de 49,47 para 13,69. E nos últimos 15 anos, de 2000 para 2015, a redução da taxa na cidade foi de 36,46%, quando caiu de 16,54 óbitos por 1.000 nascidos vivos para 10,51.

Faltam melhorias no atendimento, diz médica

Para a médica infectologista, especialista em Saúde Pública e professora da Faculdade de Medicina de Sorocaba, Rosana Maria Paiva dos Anjos, apesar dos números terem melhorado em Sorocaba, ela afirma que faltam melhorias na rede de atendimento público, principalmente na atenção básica, bem como entre cinco a seis vacinas para os bebês de 0 a um ano, além de melhor controle do poder público em relação à gravidez na adolescência, entre outros fatores. “O local de acompanhamento das gestantes de alto risco na cidade é a Policlínica, que fica longe dos bairros periféricos. Mas, se nesse período elas devem evitar a locomoção, então, o ideal seria o atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro, ou por meio dos programas de Saúde da Família”.

A médica também chama a atenção para os casos de gravidez na adolescência, que estão voltando a subir, e da precariedade do setor público de saúde nos dois últimos anos, em função da falta de recursos. “Com a piora nos serviços públicos de saúde oferecidos à população, especialmente na atenção básica, além da falta de vacinas e atendimento adequado às gestantes, a taxa de mortalidade poderá voltar a subir nos próximos balanços”, alerta Rosana.

Para a presidente do Comitê Municipal de Mortalidade Infantil, a vice-prefeita e secretária de Desenvolvimento Social, Edith Di Giorgi, as principais causas das mortes estão relacionadas às afecções originadas no período perinatal (consequências da prematuridade) e que, por isso, são fundamentais ações de atenção básica nos municípios.

A Prefeitura de Sorocaba alega ainda que ampliou sua Estratégia de Saúde da Família (ESF) aumentando de 16 para 44 as equipes do programa, e de 5 para 14 as Unidades de Saúde da Família. “Isso fez com que a cobertura do serviço subisse de 9% para 28% da população. Essa ampliação se deu em áreas com maior vulnerabilidade, o que representa melhoria na vigilância e cuidado na área materno-infantil”.

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