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Metalúrgicos do ABC e de São Paulo querem 36% de conteúdo regional nos veículos

A Câmara dos Deputados votará nesta semana a medida provisória editada pelo governo que define a questão

Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Arte/Metalúrgicos ABC
Proposta é aumetar a

Proposta é aumetar a

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (CUT) e o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (Força Sindical), que representam cerca de 360 mil trabalhadores, querem que os veículos fabricados no Brasil tenham 36% de conteúdo regional mínimo (isto é, produzidos no Mercosul).

Os trabalhadores entendem que esta é a melhor forma de garantir a geração de empregos de qualidade, fortalecimento da produção nacional, inovação, qualificação profissional e novos investimentos no setor.

O conteúdo regional hoje é de 65%, de acordo com a Medida Provisória que deve será votada pela Câmara dos Deputados esta semana. O problema é que estes 65% representam, na verdade, apenas 21% do total do veículo enquanto 30% pode ser importado (Veja no quadro ao lado).

Isto acontece porque a legislação em vigor determina que o índice de 65% seja calculado sobre o total do faturamento de cada montadora e não sobre o valor gasto com os componentes que formam o veículo.

Como uma indústria de veículos gasta em média 14%, com o processo de produção (mão de obra, água, energia infraestrutura instalada) e cerca de 30% de seu faturamento é destinado aos gastos administrativos, de publicidade e seu lucro, os 65% exigidos por lei a componentes nacionais acabam se transformando em apenas 21%.

Em tese, se uma montadora fatura no ano R$ 100 milhões, ela gasta 14 milhões com o processo de produção, R$ 30 milhões com gastos administrativos, de publicidade e seu lucro e R$ 35milhões com a compra de peças importadas, restam R$ 21 milhões para as compras de componentes nacionais.

Os 80% que reivindicamos na lei corresponderão, na realidade, a um índice de 36% do total do faturamento das montadoras nos veículos fabricados no Brasil, que é um percentual mais próximo do que é praticado no mercado regional e mundial.

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