Reunidos em São Bernardo do Campo, cerca de 200 metalúrgicos aprovaram, por unanimidade, os cinco eixos centrais que vão nortear a Campanha Salarial 2017, na manhã do último sábado, dia 3.
Com o slogan “Resistência, Unidade e Luta”, a Campanha celebra em sua identidade visual os 100 anos da Revolução Russa e os 100 anos da primeira Greve Geral no Brasil.
A Plenária Estatutária da entidade também aprovou o calendário para a Campanha Salarial de 2017. Os 5 eixos prioritários são: 40 horas semanais; reposição da inflação e aumento real; não à perda de direitos; não à terceirização; e não às reformas.
“Os eixos da campanha ilustram bem o momento que estamos vivendo”, aponta Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, Presidente da Federação Estadual Metalúrgicos da CUT, lembrando a grave crise econômica em que o Brasil se encontra, além das reformas que estão tramitando no Congresso Nacional.
Os participantes debateram a conjuntura nacional política e econômica e também as cláusulas que serão debatidas com o setor patronal durante a campanha. “Sempre soubemos da importância das cláusulas sociais e este ano daremos ainda mais centralidade para ela, para combater a retirada de direitos”, destaca Luizão.
A plenária estatutária, que aconteceu no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, contou com a participação de dirigentes de sindicatos da base da FEM-CUT, além de João Cayres, secretário geral da CUT/SP; Loricardo de Oliveira, secretário geral da CNM/CUT; Fausto Augusto Junior, do DIEESE; e Paulo Vannuchi, ex-ministro dos Direitos Humanos no governo Lula.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) esteve representado por 18 dirigentes da entidade.
Conjuntura
Paulo Vannuchi relembrou que a crise que o país está colocado foi agravada pelo rompimento institucional com o impeachment da Presidenta Dilma Rousseff. “O impeachment da presidenta Dilma rompeu com a institucionalidade e isso é muito prejudicial, já que abre precedentes para que em qualquer crise econômica a solução seja o impedimento presidente de governar, fragilizando ainda mais a democracia”.
Para Fausto Augusto Junior, a reforma trabalhista é a mais prejudicial para os trabalhadores. “Temos dificuldade em dialogar com a população sobre a reforma trabalhista porque o que está sendo propagandeado pela grande imprensa é que ela vai acabar com o imposto sindical, o que agrada a população, porém não é divulgada o fim dos direitos e a precarização ainda maior que será causada caso ela seja aprovada”.
Resgate Histórico
A Campanha Salarial 2017 “Resistência, Unidade e Luta” traz em sua identidade visual o resgate do Construtivismo Russo, linguagem estética e artística usada durante o período revolucionário russo para dialogar com a população através de cartazes e panfletos.
Além de homenagear os 100 anos da Revolução Russa, o objetivo é resgatar o histórico de organização dos trabalhadores para a tomada do poder e o avanço dos direitos da classe contra a exploração do capitalismo.
Em 1917, no Brasil, também aconteceu a primeira greve geral do país. A Campanha Salarial 2017 da FEM-CUT/SP também celebra os 100 anos desta greve.
“100 anos depois da Greve de 1917 construímos a maior greve geral da história do Brasil. Em um momento como esse que vivemos, de ataques concretos contra nossos direitos é importante resgatar os diversos momentos de resistência da classe trabalhadora”, explica Luizão.