Os trabalhadores da Case em Sorocaba rejeitaram, em assembléias na terça, 25, uma proposta de participação nos resultados apresentada pela empresa. A assembléia foi conduzida pelo Sindicato dos metalúrgicos, que se comprometeu a procurar a direção da fábrica para negociar uma proposta melhor.
As assembléias aconteceram às 17h e às 18h, em frente ao portão da Case. A empresa propôs pagar R$ 2.300 de PPR por trabalhador, caso 100% das metas sejam atingidas. Para 130% das metas, a empresa oferece R$ 2.990 de PPR.
Mesmo com a rejeição da proposta, a Case deverá pagar um adiantamento de R$ 1.500 para cada funcionário nesta sexta, dia 28.
A Case é uma empresa do grupo CNH e produz máquinas agrícolas e para construção civil. Em Sorocaba ela possui uma unidade de produção e um centro de distribuição, ambas na mesma área, na zona industrial da cidade. Foi reinaugurada na cidade em março deste ano e emprega 450 trabalhadores, aproximadamente.
Proposta melhor
Para o Sindicato, a empresa pode melhorar a proposta e atender às expectativas dos trabalhadores. “A proposta atual está muito baixa em relação à importância da empresa. É uma multinacional que fabrica produtos com alto valor agregado”, afirma Alex Sandro Fogaça, diretor executivo do sindicato.
Além do valor do PPR, o Sindicato aponta problemas de relacionamento da empresa com o sindicato e com os próprios trabalhadores. “A pressão interna é muito grande sobre os funcionários. A Case tenta evitar que as propostas dela sejam votadas democraticamente em assembléias”, critica Alex
O sindicalista afirma que desde o início das negociações o Sindicato tem deixado claro que não vai assinar nenhum acordo antes de ele ser aprovado em assembléia, “que é soberana”, ressalta. Alex reconhece a importância da comissão interna de negociação, mas discorda do comportamento da empresa, que quer delegar a decisão sobre o PPR somente a esse grupo de funcionários.
Envolvimento do pessoal
O presidente do sindicato, Ademilson Terto da Silva, sabe que a pressão da chefia tem causado receio nos trabalhadores, mas insiste que a mobilização do pessoal é essencial para avançar na proposta de PPR e em outras negociações que virão. “O envolvimento dos trabalhadores é vital. Ele faz a diferença na hora da negociação e tem o poder de quebrar a resistência da empresa”, afirma.
Terto esclarece que o PPR nas fábricas do grupo CNH em Piracicaba, Contagem e Curitiba gira em torno de R$ 4 mil por funcionário. “Aqui não pode ser tão diferente, apesar do pouco tempo de atividade da empresa”.
O PPR do grupo ZF, vizinho da Case em Sorocaba, vai de R$ 3.650 a R$ 4.100, informa o presidente do Sindicato.