O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, lançou um desafio ao movimento sindical metalúrgico no início desta semana: acompanhar as mudanças políticas e econômicas da sociedade. Lula falou como convidado de honra da Conferência Nacional de Negociação Coletiva Metalúrgica, aberta nesta terça-feira, dia 6, na sede da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT), em São Bernardo do Campo.
O objetivo da conferência é formular uma proposta de contrato coletivo nacional para a categoria, que seria capaz de nivelar os direitos básicos dos metalúrgicos em todo o país. Mas, para que o projeto avance, os metalúrgicos vão precisar de forte apoio no governo e no Congresso Nacional.
Para Lula, “a busca pelo contrato coletivo de trabalho nacional para acabar com as desigualdades salariais para metalúrgicos em uma mesma função mostra como a categoria evoluiu nas últimas décadas”.
Comparação
Em seu discurso, que durou cerca de 40 minutos, Lula também fez comparações entre sua época de líder sindical e os dias de hoje. “No passado a gente brigava muito para conquistar espaço para fazer greve, quebrava cadeado no portão para entrar na fábrica, xingava todo mundo que via pela frente. Hoje a evolução é tanta que os companheiros, quando querem fazer uma paralisação, chamam a representação e param aquele setor específico”.
Lula acredita que para continuar evoluindo, os trabalhadores de hoje precisam pensar diferente. “Estamos na era das novas tecnologias, da internet, por isso o sindicalista de hoje precisa ser criativo, pensar mais, estudar mais”, disse.
O ex-presidente disse que a CNM- CUT deve procurar o governo federal para conversar e aproveitar o espaço aberto aos trabalhadores com a presidenta Dilma e o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. “Não joguem fora essa oportunidade histórica de diálogo”, finalizou.
Premiação
Após seu discurso, o ex-presidente recebeu o prêmio Nelson Mandela, concedido pelo sindicato dos trabalhadores em montadoras no Canadá, o Canadian Auto Workers (CAW).
A premiação é dada a pessoas e entidades comprometidas com a defesa dos direitos humanos no mundo. Como o ex-presidente não pôde ir ao Canadá para recebê-la, o troféu foi enviado por duas dirigentes da CNM- CUT que participaram de atividades naquele país.
Sorocaba
Uma comitiva de dirigentes sindicais metalúrgicos da região de Sorocaba participou da conferência sobre negociação e contrato coletivo nacional, em São Bernardo do Campo.