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Indústria indica crescimento de faturamento e emprego

Dados divulgados pela Confederação Nacional da Indústria apontam crescimento de 3,8% no faturamento das empresas em 2021; Anfavea, em contrapartida, sinaliza queda na venda de veiculos

Imprensa SMetal
Banco de Imagens/FreePik
CNI aponta que, em 2021, o número de postos de trabalho cresceu 4,1%

CNI aponta que, em 2021, o número de postos de trabalho cresceu 4,1%

A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) divulgou um estudo com indicadores industriais que mostram crescimento no faturamento das empresas do segmento e, de acordo com os números, geração de postos de trabalho.

Houve um aumento de 3,8% no faturamento real da indústria de transformação em 2021, se comparado ao ano de 2020. Segundo a CNI, esse acréscimo se deve ao patamar elevado em que o faturamento começou o ano passado, uma vez que no restante dos meses o indicador registrou quedas sucessivas. O mês de dezembro ficou 7,5% abaixo do mesmo mês no ano retrasado, mas, no acumulado do ano houve saldo positivo.

Outro ponto defendido pelo estudo é o crescimento de empregos na indústria. A CNI aponta que, em 2021, o número de postos de trabalho cresceu 4,1%. O destaque ficou para os meses entre janeiro e junho, responsáveis pela maior fatia deste avanço (3,2%). No segundo semestre do ano, houve desaceleração e o crescimento registrado foi de 0,5% para os meses de julho a dezembro.

Para Silvio Ferreira, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), o relatório apresenta estabilidade pontual e não uma criação sólida de empregos. “Os indicadores mostram estabilidade em vários meses, não faz sentido usar esses dados como defesa de que postos de trabalho foram criados. Em dezembro de 2021, por exemplo, a variação percentual foi de 0,0%”, analisa.

Na visão do diretor, os números poderiam ser maiores. “Se tivéssemos uma política industrial, de fato, estaríamos comemorando números reais e não estagnados, como é o caso de cada um desses indicadores”, acrescenta.

Anfavea

A Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) também divulgou alguns dados neste começo de 2022. Em janeiro, foram vendidos cerca de 126 mil veículos, representando uma queda de 38,5% na comparação com o mês de dezembro de 2021.

A produção também sentiu os efeitos da retração. Houve queda de 31,1% com relação a dezembro na produção de veículos. De acordo coma a Anfavea, foram fabricadas 145,4 mil unidades no primeiro mês deste ano, enquanto a produção em dezembro do ano passado ficou em 200,4 mil.

Horas trabalhadas x rendimento médio real

Ao passo em que as horas trabalhadas dentro das fábricas cresceu 9,4% em 2021 com relação a 2020, o rendimento médio real do trabalhador teve queda. É mais tempo dentro das indústrias e menos salário no bolso. A CNI justifica esse fato afirmando que a queda nos salários se deve por conta da pandemia da Covid-19.

O presidente do SMetal, Leandro Soares, recorda que a massa salarial real estar em queda, mesmo com crescimento de faturamento por parte da indústria, pode ter origem em alguns fatores. “É possível que muitos dos trabalhadores que foram inseridos nessas empresas tenham entrado em seus postos de trabalho com salário rebaixado, ganhando muito menos do que mereceriam. Além de não se descartar a possibilidade da rotatividade alta como sintoma disso”, diz.

Leandro também menciona o fato de que quase metade dos reajustes salariais ficaram abaixo da inflação no país, como mostrou o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A entidade divulgou um relatório mostrando que 48,8% dos reajustes salariais no país ficaram abaixo do índice da inflação (INPC). Para ele, esse fator pode ter impactado no resultado final do indicador.

Vale lembrar que na base do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região não houve nenhuma negociação abaixo da inflação, tampouco parcelamento de reajustes.

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