A planta da Robert Bosch, em Sorocaba, divulgou nesta quinta-feira, dia 28, um comunicado aos trabalhadores esclarecendo informações sobre o impacto do fechamento da Ford de São Bernardo do Campo na autopeça. No dia 19 de fevereiro, a montadora informou o encerramento da planta e o fim da fabricação de caminhões na América Latina.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, com o fechamento da Ford, considerando toda a cadeia produtiva, cerca de 30 mil trabalhadores podem perder o emprego caso a decisão não seja revista.
No documento, fixado no mural interno da Bosch, a empresa explica que o encerramento da produção de caminhões na Ford afeta diretamente a produção de caixas de direção S1 e bombas FN4 para o mercado local e que os impactos estão sendo avaliados.
“Com a saída da Ford deste segmento [caminhões] de mercado, enxergamos oportunidades de intensificação do relacionamento com outros clientes. Temos um grupo de trabalho focado em buscar estas novas oportunidades e minimizar os impactos futuros que esta decisão pode causar”, afirma o comunicado.
E continua: “para os produtos S2 exportação e 8012 Troller continuaremos a atender ao cliente Ford normalmente, conforme previsão de produção”. Ao final do comunicado, a empresa afirma que continuará repassando novas informações conforme hajam novidades.
Outras autopeças da região
Na base do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) a produção de outras empresas devem ser impactadas com o fechamento da planta da Ford de São Bernardo do Campo. “Somos um dos maiores polos de autopeças do Brasil. Além da Bosch, temos a Metalac, Dana e outras fábricas que fornecem peças para a Ford”, explica o Secretário de Organização da entidade, Izidio de Brito Correia.
Diretores do Sindicato, inclusive, participaram, junto aos trabalhadores da Ford, da passeata contra a fechamento da montadora, que aconteceu na última terça-feira, 26, no ABC. “Esperamos a mobilização de toda a sociedade porque queremos emprego de qualidade e o compromisso social para quem tanto contribui para a riqueza dessas empresas”, ressalta Izídio.
O presidente do SMetal, Leandro Soares, conta que a entidade está acompanhando de perto as negociações do Sindicato do ABC e se solidariza com a luta pela manutenção dos empregos. “Não podemos aceitar a decisão irresponsável da Ford de braços cruzados. São milhares de famílias que tem como seu ganha pão a sua força de trabalho. São pessoas, não números”, conclui.
Conforme o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no próximo dia 7 de março, está marcada uma reunião da entidade com a matriz da Ford nos Estados Unidos. O Sindicato quer discutir a reversão da decisão e o futuro da planta de São Bernardo.