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Editorial: Manifestações legítimas são bem-vindas

Editorial da Folha Metalúrgica nº 1004 destaca que é fundamental diferenciar ações legítimas em prol dos direitos dos trabalhadores de crimes disfarçados de protestos, como o ocorrido em 8 de janeiro, em Brasília

Imprensa SMetal
Daniela Gaspari / Imprensa SMetal
Na Dana, os trabalhadores protestaram por falta de transparência nas metas e valores da segunda parcela do PPR e conquistaram a revisão das mesmas

Na Dana, os trabalhadores protestaram por falta de transparência nas metas e valores da segunda parcela do PPR e conquistaram a revisão das mesmas

O ano começou com dificuldades em duas empresas da base do SMetal. Na Dana, não havia transparência nas metas para o pagamento da segunda parcela do Programa de Participação nos Resultados (PPR). Na Sidor, mais uma vez, o problema foi o atraso nos salários.

Em ambas as fábricas, foi preciso uma ação mais enérgica. Os metalúrgicos da Dana fizeram uma paralisação de duas horas em todos os turnos. Além disso, um aviso de greve foi protocolado na empresa. Na Sidor não teve jeito: os trabalhadores param a produção numa greve que durou 15 dias.

A direção do SMetal esteve ao lado dos trabalhadores o tempo todo, garantindo o apoio necessário para que as reivindicações fossem atendidas pelas empresas. Nos dois casos, a situação foi resolvida.

O Sindicato sempre se pauta, primeiramente, pelo diálogo, pela negociação amigável. Mas quando todos os recursos se esgotam, é preciso agir com firmeza e fazer valer os direitos dos trabalhadores, como foram a paralisação e a greve.

Essas medidas são previstas em lei e devem ser usadas pela classe trabalhadora quando seus direitos não são respeitados. Tanto a paralisação quanto a greve têm um rito legal a ser cumprido, dando chances para que a empresa reveja o que não está correto e atenda a demanda da categoria.

Manifestação que busca por direitos, que reivindicam medidas justas, é parte do processo democrático, da luta da sociedade e da classe trabalhadora desde sempre. Aliás, em mais de 20 anos de Ditadura Militar, esse tipo de ação não era permitida e quem se atrevia à desafiar o poder estabelecido era severamente punido.

Por isso, é fundamental diferenciar as ações legítimas em prol dos direitos do que ocorreu no Brasil desde a vitória do presidente Lula até o vergonhoso dia 8 de janeiro. O que se viu está longe de ser o povo lutando por direitos.

Ali estavam milhares de terroristas, golpistas que não aceitam a eleição democrática de Lula. Manipulados pelo ex-presidente Bolsonaro e sua corja, que inclui políticos e empresários, ofereceram um verdadeiro show de horrores, destruindo o patrimônio do povo e clamam por uma nefasta intervenção militar.

Esse tipo de comportamento não pode ser tolerado de modo algum. Tanto quem o pratica quanto quem financia tem que ser punido com rigor. Não podemos ficar à mercê de poucos lunáticos e outros tantos mal intencionados que não querem o progresso do Brasil. Essa gente não tem compromisso com a democracia, não quer os direitos respeitados.

O SMetal, como sempre, repudia qualquer ação desse tipo. A direção do Sindicato é, sim, favorável a manifestações legítimas, que buscam de fato o direito dos trabalhadores, os direitos da sociedade como um todo. O compromisso da entidade sempre será com a verdade e com a luta dos metalúrgicos, que também é a luta de todo o nosso povo brasileiro.

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