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Poupatempo

Depois de 4 anos e às vésperas de eleições começa o Poupatempo

A primeira promessa foi feita em 2006 pelo então governador Cláudio Lembo durante visita a Sorocaba

Imprensa Smetal
José Jesus Vicente/Smetal
Único operário na obra do Poupatempo, na quarta-feira à tarde, lê jornal e vigia uma máquina parada no canteiro de obras

Único operário na obra do Poupatempo, na quarta-feira à tarde, lê jornal e vigia uma máquina parada no canteiro de obras

A menos de 2 meses das eleições, o governo do Estado de São Paulo começou a construir o Poupatempo de Sorocaba, obra que ele tinha anunciado havia 4 anos.

A construção, em véspera de eleição, cria a especulação de obra eleitoreira. “Faz tempo que cobramos do governo do Estado a instação do Poupatempo em nossa cidade e estamos contentes que as obras começaram. O estranho é que depois de 4 anos de promessas, a construção comece bem às vésperas das eleições”, diz o vereador Izídio de Brito (PT).

O Poupatempo de Sorocaba será construído na rua Leopoldo Machado, Vila Amélia, perto do Terminal São Paulo. A previsão do governo é de que as obras, avaliadas em R$ 3,7 milhões, terminem este ano e o atendimento ao público comece no início do ano que vem.

O trabalho no momento, no entanto, caminha a passos de tartaruga. Ontem [quarta, 18], às 15h, havia apenas um trator e um trabalhador no local, ambos parados.

Pressão popular
Ao longo dos 4 anos de promessa do Poupatempo, o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba, movimentos sociais, o Partido dos Trabalhadores e o mandato do vereador Izídio de Brito (PT) promoveram protestos pela demora da obra.

A queixa dos reclamantes era a demora em se construir uma obra importante para a população, enquanto as praças de pedágio não paravam de proliferar nas rodovias paulistas.

Para se ter uma ideia das prioridades do governo, basta lembrar que enquanto o Poupatempo ficou no papel, o Estado construiu mais de 80 praças de pedágios, saindo de 143 praças em 2007 para 227 em abril deste ano.

História dos pedágios
As rodovias paulistas já eram pedagiadas antes de 1998. Quem cobrava era uma empresa estatal. Em 1997 – sob gestão do Estado – havia 40 praças de pedágio. No ano seguinte, começaram as concessões.

Já em 2007, os pedágios chegaram a 143 no Estado. Agora, em 2010, chegou-se a 227 praças.
A receita das concessionárias também cresceu de forma significativa. Ela saiu de R$ 1,6 bilhão em 2002 e chegou aos R$ 4,55 bilhões em 2009, um aumento de 183%, quase o dobro da inflação do período medida pelo IPCA.

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