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CEADEC completa 25 anos promovendo geração de renda e sustentabilidade ambiental

SMetal reafirma seu compromisso em fomentar o debate sustentável e, principalmente na geração de renda para pessoas em vulnerabilidade social

Imprensa SMetal
AI/Ceadec

Atualmente, as cooperativas assessoradas pelo CEADEC contam com 45 cooperados, que têm suas vidas transformadas com um trabalho digno.

Na última terça-feira, dia 5, o Centro de Estudos e Apoio ao Desenvolvimento, Emprego e Cidadania (CEADEC) celebrou um quarto de século de dedicação à promoção da geração de renda e ao apoio à sustentabilidade ambiental. 

Fundada em 1999 e mantida pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), a instituição tem sido uma referência na assessoria de cooperativas de catadores de materiais recicláveis, na prestação de assistência técnica e no estímulo a empreendimentos econômicos ligados à reciclagem.

Leandro Soares, presidente do SMetal, ressalta que “ao longo de sua trajetória, o CEADEC tem desempenhado um papel fundamental na capacitação e no fortalecimento das cooperativas de catadores em todo o país”.

A entidade possui ações focadas na profissionalização e na organização desses trabalhadores, a instituição tem proporcionado oportunidades de emprego digno e de inclusão social para milhares de pessoas. 

“Mas ainda sim, temos um cenário desigual para enfrentar na cidade e reiteramos nosso compromisso histórico de melhorar a vida da população de Sorocaba”, complementa Leandro, que também destaca que fomentar a geração de renda faz parte da luta de um Sindicato Cidadão.

A presidenta do CEADEC, Rita Viana, destaca que a entidade forjou um legado de fomento da educação ambiental junto à população, gerando renda para mais de 800 catadores que passaram pela entidade. 

“E nós temos aí, há 25 anos, uma luta pela implantação da coleta seletiva e inclusão dos catadores e catadoras em mais de 30 cidades. E agora a nossa expectativa é atuar não só na área de catadores e catadoras, mas também na formalização de empreendimentos econômicos solidários, através da geração de renda e trabalho”, afirma Rita.

Geração de renda 

Segundo dados da Vigilância Socioassistencial, 36.256 pessoas vivem na extrema pobreza em Sorocaba. Isto é, vivem com até R$89,00 per capita, e 15.728 pessoas vivem na pobreza com entre R$89,00 e R$178,00 per capita por mês, o que demonstra que mais de 50 mil pessoas vivem em situação de vulnerabilidade, o que explicita a necessidade urgente da geração de emprego e renda.

No total, as cooperativas assessoradas pelo CEADEC contam com 45 cooperados, que têm suas vidas transformadas com um trabalho digno. A cooperada Norma Pinheiro Barreto de Melo, da Coopervida, tem orgulho de ser cooperada, pois disse que ajuda a “limpar o meio ambiente e ganhar uma renda para ajudar a minha família”. Com esse trabalho, os cooperados recebem em média 1,5 salário mínimo.

Em 2023, o Governo Federal lançou o Programa Diogo de Sant’Ana Pró-Catadoras e Pró-Catadores para a Reciclagem Popular, com a finalidade de integrar e articular as ações voltados à promoção e à defesa dos direitos humanos dos catadores, a partir do fortalecimento das associações, cooperativas e outras formas de organização popular.

Defesa do meio ambiente

No mundo, 20 empresas são responsáveis por 55% do resíduo plástico, segundo o Índice Plastic Waste Markers, intensificando a crise climática. O Programa Copérnico, programa espacial da União Europeia, registrou que o mês de julho de 2023 foi o mais quente da história.

Em média, cada brasileiro gera 379,2 kg de resíduos por ano, totalizando 82 milhões de toneladas. Desses, 33,6% são materiais recicláveis secos, segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil de 2020, ligado à Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE).

Segundo o Anuário da Reciclagem de 2022, mais de 1,3 toneladas de resíduos foram reciclados no ano passado por cooperativas de catadores no Brasil.

Dados da Prefeitura de Sorocaba apontam que 500 toneladas de resíduo domiciliar são produzidas por dia. Desse total, cerca de 3% é reciclado e o restante é enviado para aterro sanitário no município de Iperó, desperdiçando materiais que poderiam voltar ao ciclo da reciclagem e geração de renda.

“Esse papel deveria ser integralmente de responsabilidade da gestão pública de Sorocaba, tendo em vista que os custos para aterrar os resíduos são altos, verba essa que poderia ser destinada a pesquisas e projetos como o CEADEC”, diz Leandro Soares.

Durante muitos anos, o CEADEC organizou as “Carrinhadas”, no Dia Mundial do Meio Ambiente, com o objetivo de chamar a atenção da população sorocabana para a importância da preservação e conservação do meio ambiente e da prática da coleta seletiva dos materiais recicláveis, valorizando o papel dos catadores.

Além disso, em 2010, os catadores da Rede Cata-Vida passaram a produzir, a partir do plástico duro, tubos de esgotos para uso na construção civil

Já em 2012, a entidade lançou o programa Limpa Óleo, com a meta de cobrir 60 mil residências sorocabanas, além de escolas, fábricas e outras instituições que queiram aderir ao programa, instalando 170 Locais de Entrega Voluntária (LEV), dispositivos projetados para receber garrafas PET de dois litros cheias de óleo residual de cozinha.

Em 2016, o Ceadec contabilizou que, naquele ano, em termos ambientais, a Rede Cata-Vida colaborou na preservação de 10.897 árvores; 39.403 litros de petróleo e mais de dez milhões de litros de água.

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