Busca
Salão do Automóvel

Brasileiros e americanos fazem protesto contra Nissan no Salão do Automóvel

O objetivo da manifestação no evento, nesta última sexta, dia 31, era chamar a atenção do consumidor para as condições de trabalho e as práticas antissindicais da empresa no Mississipi, Estados Unidos

CNM/CUT
Divulgação

João Cayres (primeiro à esq. em pé) participou da reivindicação com trabalhadores americanos e brasileiros

Representantes de trabalhadores brasileiros e americanos na Nissan protestaram no estande da montadora no Salão do Automóvel de São Paulo, na última sexta-feira (31). O objetivo da manifestação era chamar a atenção do consumidor para as condições de trabalho e as práticas antissindicais da empresa no Mississipi, Estados Unidos.

O protesto foi organizado pela UAW (United Auto Workeres), o sindicato dos metalúrgicos dos Estados Unidos, com apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Força Sindical e da União Geral dos Trabalhadores (UGT). O protesto foi pacífico e reuniu um grupo de 80 pessoas que usam uma camiseta amarela com os dizeres “A Nissan não respeita os direitos dos trabalhadores”.

O secretário-geral e de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT), João Cayres, que também participou do protesto, disse que a manifestação evidencia a luta para melhorar as condições de vida e de trabalho na planta em Canton e no mundo. “Nós, metalúrgicos brasileiros, damos total apoio e solidariedade aos trabalhadores dos EUA para mudar essa realidade e ajudar na abertura de negociações com a empresa. É preciso romper fronteiras para dizer que direitos sindicais são direitos civis. Juntos, somos mais fortes para avançar e vencer”, conta.

Segundo as lideranças sindicais da fábrica de Canton, nos EUA, a sindicalização só é permitida numa fábrica se tiver a aprovação de 50% mais um dos trabalhadores, por meio de eleição secreta. No entanto, a montadora pressiona os metalúrgicos para que essa votação não aconteça e não permite que os funcionários se associem ao UAW.

“Nós trabalhadores somos muitos pressionados, inclusive com demissão, para não participar do sindicato. A empresa faz várias apresentações para mostrar que não devemos nos sindicalizar. E os que não respeitam podem ser demitidos. Eu mesmo temo que ao voltar aos EUA possa ser mandado embora”, diz Morris Mock, trabalhador na fábrica de Canton.

Mais protestos
Do lado de fora do evento, metalúrgicos da General Motors reivindicavam uma medida provisória para garantir a manutenção dos empregos, como contrapartida aos incentivos fiscais promovidos pelo governo para estimular o setor.

A ação reuniu representantes das fábricas de São Caetano, na região do ABC, e de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, interior paulista. De acordo como o dirigente da central CSP-Conlutas Luiz Carlos Prates, mais de 15 mil trabalhadores do setor automotivo estão em lay-off e sob insegurança de perder o emprego.

tags
analogia consumidor direitos trabalhistas escravidao precarizaçao do trabalho
VEJA
TAMBÉM