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Bens da Borcol são recolhidos por causa de dívidas

Fabricante de tapetes de borracha emprega 450 trabalhadores em Sorocaba

Jornal Cruzeiro do Sul / Leandro Nogueira

Cerca de 450 trabalhadores da empresa Borcol, instalada no bairro Cajurú, temem ficar desempregados em consequência do recolhimento judicial de bens da empresa. A retirada de máquinas começou na quarta-feira por causa de dívida fiscal da empresa com a Fazenda Nacional. Na tarde de ontem, para evitar que fosse levada uma calandra, máquina essencial para a linha de produção, parte dos trabalhadores mobilizou-se na frente de uma oficial de Justiça Federal em posse do mandado de remoção, acompanhada de policiais militares e representantes do arrematador que adquiriu o lote de máquinas em leilão judicial. A calandra ficou. Mas porque o Sindicato da Borracha de Sorocaba e Região iniciou negociação para a compra direta do arrematador, que por sua vez, informou que não tinha as ferramentas suficientes para levar a máquina ontem. Se a negociação for concluída a calandra deve permanecer, mas se deixar de ser consolidada o recolhimento está previsto para a próxima segunda-feira.

Na quarta-feira os trabalhadores já haviam assistido à retirada de um torno mecânico, uma fresadora e uma retífica, equipamentos que, diferente da calandra, não afetam de imediato a produção da empresa fabricante de tapetes de borrachas para automóveis. A oficial da Justiça Federal, Marcela Ximenes Vieira dos Santos, informou que o leilão ocorreu em 2007, no valor de R$ 574 mil a ser corrigidos pela taxa Selic. Desde então a empresa ingressou com todos os recursos cabíveis para tentar reverter a arrematação. Na tarde de ontem o Sindicato também ingressou com uma medida na Justiça Federal para tentar manter a máquina na empresa, mas a medida foi indeferida.

A representante do departamento jurídico da Borcol, que recusou-se a informar o próprio nome, explicou que no início deste ano ingressou com uma ação de recuperação judicial para parcelar a dívida com os credores. Pela ação de recuperação foi determinada a suspensão de todas as ações contra a empresa pelo prazo de 180 dias para não inviabilizar a produção e possibilitar a recuperação financeira. Ela (juíza da execução fiscal) disse que não ia acatar a decisão da juíza da recuperação judicial e que era para continuar com a execução da medida, resumiu a advogada anônima acrescentando que a Borcol agora recorre ao Tribunal para decidir qual das duas decisões deve ser cumprida.

Sindicato diz que comprou
O advogado do Sindicato da Borracha, Claudinei dos Santos, deixou a empresa dizendo que a máquina já havia sido comprada do arrematador por R$ 400 mil e a transação será concluída hoje após certificar que toda a documentação está em ordem. O interesse é preservar os empregos, pois se a máquina for tirada hoje (ontem) reduz a produção em 50% e a empresa não sobrevive, disse Santos. Segundo ele, em posse da máquina o Sindicato poderá locar para a própria empresa Borcol, vender ou formar cooperativa.

O advogado Vicente Ortiz de Campos Júnior, representante do empresário arrematante, Vicente Rúbio Garcia, enfatizou que o sindicato demonstrou um possível interesse, tanto é que não fecharam ainda. Segundo Campos Júnior, a máquina não foi retirada ontem por falta de ferramentas e a negociação com o Sindicato.

Cruzeiro do Sul

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Borcol desemprego fechamento
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