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Banco de Medula Óssea: Sorocaba tem mais de 26 mil pessoas cadastradas

No último dia 18 de setembro comemorou-se o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea e o SMetal traz uma matéria especial sobre a importância do cadastro no banco nacional, o Redome; saiba como se cadastrar

Imprensa SMetal - com informações do INCA/Redome
Arquivo Pessoal / Adriana Abrame
Com 10 anos, Júlia, entre sua mãe Adriana e irmã Mariana, é uma menina extremamente saudável; o doador de medula óssea foi seu pai, Antônio Sérgio

Com 10 anos, Júlia, entre sua mãe Adriana e irmã Mariana, é uma menina extremamente saudável; o doador de medula óssea foi seu pai, Antônio Sérgio

Quando Adriana Abrame e seu marido, Antônio Sérgio de Oliveira, se cadastraram como doadores de medula óssea, há cerca de 20 anos, eles nem imaginavam que uma de suas filhas, anos depois, necessitaria de transplante para tratamento de leucemia. Hoje, três anos após o procedimento, Júlia Abrame, com 10 anos, é uma menina extremamente saudável e cheia de energia para viver.

Moradores da cidade de Tatuí, na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), a família recebeu o diagnóstico da doença em 2013, quando Júlia tinha 2 anos e, imediatamente, iniciaram o tratamento. Adriana lembra que a sua segunda filha, Mariana, era recém-nascida e foi um baque para todos.

O tratamento, que foi realizado no GPACi (Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil), incluía quimioterapia e radioterapia e perdurou por cinco anos até que, em 2018, Júlia teve uma piora no quadro e necessitou de um transplante de medula óssea. O doador foi seu pai, que tinha 50% de compatibilidade, pois não havia mais tempo para aguardar um doador 100%.

Só que antes, na tentativa de encontrar alguém totalmente compatível, a família realizou uma campanha que angariou quase 2 mil novos cadastros para o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). “Com a repercussão, tivemos pessoas de várias partes do país, de outros estados, que ficaram sabendo do caso e se cadastraram também”, conta Adriana.

Arquivo/Foguinho Imprensa SMetal
Em Sorocaba, para se cadastrar, a pessoa deve ir até o Hemonúcleo, que fica na Av. Comendador Pereira Inácio, 564 - Jardim Vergueiro

Em Sorocaba, para se cadastrar, a pessoa deve ir até o Hemonúcleo, que fica na Av. Comendador Pereira Inácio, 564 – Jardim Vergueiro

Atualmente, na cidade de Sorocaba, sede da Região Metropolina, há 26.384 pessoas cadastradas no Redome, coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA). No Brasil, são mais de 5 milhões, totalizando 38 milhões de voluntários no mundo inteiro.

Porém, mesmo com um número significativo de possíveis doadores, ainda há uma fila de 850 pessoas no País aguardando encontrar uma pessoa que seja compatível para realização de transplante de medula óssea.

Compatibilidade

Estima-se que a compatibilidade entre não-aparentados é de uma pessoa a cada 100 mil. Por isso, a importância do cadastro no banco de dados nacional. “Faz uns 20 anos que sou cadastrada e nunca fui chamada para ser doadora de ninguém, para você ver como é difícil. Mas esse é o primeiro passo e é muito importante”, garante Adriana.

E completa: “agora, se a pessoa tiver o privilégio de ser compatível, pois eu considero isso um privilégio você pode ajudar alguém, o procedimento é simples e nunca soube de nenhum doador que teve problemas no transplante”.

Para se cadastrar, basta ir até o hemonúcleo da cidade e informar o interesse logo no atendimento. Será feita a coleta de uma amostra de 5 a 10ml de sangue para a tipagem de HLA e os dados ficam armazenados no Redome.

Caso haja uma possível compatibilidade, o doador é informado e mais testes são realizados. Comprovada que a pessoa está apta para o transplante, é marcada uma data para a doação.

Segundo informações do INCA, a doação é um procedimento que se faz em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação de 24 horas. O procedimento leva em torno de 90 minutos e a medula óssea do doador se recompõe em apenas 15 dias.

Segundo Adriana, o transplante da sua filha foi bem sucedido e, após 27 dias de internação no Hospital Santa Marcelina, em São Paulo, pode voltar para casa. “Eu morria de medo do transplante, mas foi tão bem que hoje, quando as pessoas me perguntam, digo que foi uma benção”, comemora.

Mantenha seu cadastro atualizado

Para a médica Danielli Oliveira, coordenadora técnica do Redome, além do cadastramento, é importante que o doador mantenha seus dados atualizados. “Esse é um dos maiores desafios para qualquer registro: manter atualizados os dados dos voluntários”, assegura.

Segundo ela, nos últimos anos, com a realização de campanhas incentivando os doadores a manterem seus cadastros em dia, houve redução do tempo médio para localizar um doador. “Em 2015, o prazo era de sete dias; hoje são três. Neste ano, até agosto, foram mais de 90 mil cadastros atualizados, mais do que em todo o ano passado. Esperamos que os números melhorem ainda mais com a ampliação do uso do nosso aplicativo por doadores de todo o Brasil”, diz a médica Danielli Oliveira

No último sábado, dia 18 de setembro, o Redome lançou um novo aplicativo que busca agilizar a atualização de dados de doadores e facilitar o pré-cadastro de interessados em ser um voluntário. O aplicativo está disponível para celulares com sistema iOS e Android, basta procurar por “Redome”.

Além do app, as pessoas que já são cadastradas, mas mudaram de endereço ou telefone, por exemplo, podem fazer a atualização também pelo site do Redome e nos Hemocentros. O Hemonúcleo de Sorocaba fica na Av. Comendador Pereira Inácio, 564 – Jardim Vergueiro.

Pandemia

A pandemia da Covid-19 também afetou o cadastramento de possíveis doadores. Em Sorocaba, se compararmos os anos 2019 e 2020, foram cerca de mil cadastros a menos. Enquanto em 2019, o banco de medula contou com 2522 novos voluntários, no ano passado foram apenas 1521.

“Foi notada uma redução no número de cadastros de doadores em todo o Brasil e em diversos outros países. Isso se deu por conta das recomendações de evitar deslocamento, aglomerações e só sair de casa quando houvesse necessidade devido à pandemia de Covid-19, que iniciou em março do ano passado”, informou o INCA.

Mas questionado sobre os transplantes, o Instituto explicou que não foi afetado. “Os transplantes e o trabalho de análise do Redome não foram interrompidos durante a pandemia, todo o procedimento de transplantes foi realizado seguindo os protocolos de segurança para os doadores e para os pacientes”.

Seja um doador de medula óssea

Para se tornar um doador de medula óssea é necessário ter entre 18 e 35 anos de idade, estar em bom estado geral de saúde, não ter doença infecciosa ou incapacitante, não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico. Segundo informações do REDOME, algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.

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