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Avanços e desafios da categoria metalúrgica

Estamos chegando ao fim do ano de 2009 que entrará para a história não apenas do nosso País como para o mundo.

Cláudia Albertina da Silva Pinto (Dirigente do Comitê da Ford no Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté)

Estamos chegando ao fim do ano de 2009 que entrará para a história não apenas do nosso País como para o mundo. Vivemos no início deste ano os efeitos nefastos da crise financeira mundial, que não foi gerada por nós, que resultou no fechamento de milhares postos de trabalho, escassez de crédito e na queda de investimentos em todo o mundo.

O importante é que o nosso País se recuperou, ou melhor, deu exemplo ao mundo de que é possível combater qualquer crise, adotando uma política responsável. Algumas medidas que tiveram impacto positivo na economia foram as prorrogações das reduções de impostos, como o IPI, que beneficiaram os setores de automóveis, eletrodomésticos da linha branca; materiais de construção; máquinas/equipamentos e móveis. Estas medidas, que também exigiram como contrapartida a manutenção dos postos de trabalho, atendendo uma reivindicação do movimento sindical cutista, foram fundamentais para manter o mercado interno aquecido e para alavancar a geração de postos de trabalho.

Só para ilustrar de janeiro a outubro, foram criados 1,163 milhão de empregos formais no Brasil e a expectativa é que encerraremos o ano com a geração de mais de 1,3 milhão de empregos. A indústria automobilística está preparando um novo ciclo de investimentos para alavancar a capacidade produtiva no Brasil. A estimativa é de que sejam aplicados cerca de R$ 10 bilhões, apenas com a injeção de recursos pelas montadoras programada a partir de 2010 para ampliação das linhas e projetos de renovação e lançamento de novos produtos.

Este exemplo brasileiro somado às conquistas do nosso ramo metalúrgico cutista, que na Campanha Salarial conquistou a ampliação de direitos para todos os trabalhadores, em especial para as mulheres e jovens, e aumentos reais significativos nos salários, são alguns dos temas que abordarei no “Curso Formação de Trabalhadores do setor industrial para a negociação coletiva no marco da globalização”, que acontece do dia 30 de novembro a 3 de dezembro, em São Bernardo do Campo. Este curso é um encaminhamento da “1ª Conferência Expressões da Globalização, Análises Comparativas Brasil-Alemanha¨, que aconteceu em junho deste ano. Dirigentes de entidades sindicais da Espanha, Argentina, Chile, Uruguai e Brasil participarão do curso, promovido pela CNM/CUT e FM de CC.OO (Espanha).

Como dirigente mulher e trabalhadora metalúrgica sinto-me honrada em representar a FEM/CUT-SP neste curso. No mundo do trabalho, a mulher vem ocupando um espaço cada vez maior, mais ainda enfrenta grandes desigualdades. O espaço de participação das mulheres no movimento sindical ainda é pequeno e esta desigualdade é fruto da discriminação. Mais de um modo geral há muito que comemorar especialmente as mulheres metalúrgicas que estão ano a ano conquistando mais. A experiência da juventude metalúrgica cutista, que vem alcançando avanços significativos, também será socializada com os demais companheiros e companheiras de outros países.

Neste curso, almejo que todos os participantes possam assumir um papel multiplicador dos conteúdos que serão desenvolvidos, que ajudem a construir uma rede formadora que combata todo tipo de ataque aos direitos dos trabalhadores e que também fortaleçam cada vez mais a organização e as lutas da categoria metalúrgica do Brasil e do mundo.

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