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Água pode ter causado intoxicação em 50 funcionários na planta 7 Tecsis

Pelo menos 50 funcionários problemas estomacais hoje na fábrica; empresa compra água de empresa privada

Imprensa SMetal
Arquivo/Imprensa SMetal
A Tecsis produz pás para energia eólica, tem 9 unidades em Sorocaba e investe no antissindicalismo

A Tecsis produz pás para energia eólica, tem 9 unidades em Sorocaba e investe no antissindicalismo

Dezenas de funcionários da planta 7 da Tecsis, na zona industrial de Sorocaba, tiveram dores abdominais, vômito e diarréia na manhã de hoje (05/01), quando cumpriam a jornada de trabalho do primeiro turno, das 6h às 14h. Diversos trabalhadores denunciaram ao Sindicato dos Metalúrgicos de que a água dos bebedouros apresentava mau cheiro e pode ter sido a causa da intoxicação.

Segundo comunicado da empresa, 19 funcionários apresentaram os sintomas, mas fontes internas do Sindicato indicam que pelo menos 50 trabalhadores reclamaram de dores no estômago e diarreia. A maioria, porém, não esperou transporte da Tecsis até o hospital Modelo, com o qual a empresa tem convênio, e foi embora por meios próprios antes do fim do expediente.

No final da tarde, segundo a empresa e trabalhadores que ligaram para a imprensa do Sindicato, todos os funcionários já passavam bem. Quem foi atendido no hospital, já havia sido liberado.

A Tecsis não admite a contaminação da água e afirma, em comunicado à imprensa, que vai apurar se as causas foram “internas ou externas”.

Sindicato contesta

O dirigente sindical Valdeci Henrique da Silva contesta a dúvida da empresa sobre a causa ser interna. “Os primeiros trabalhadores reclamaram de dores às 8h, logo em seguida, dezenas de outros apresentaram sintomas. Eles são de diferentes bairros de Sorocaba e até de outras cidades. Como a causa vai ser externa?”, questiona.

No café da manhã da fábrica foi servido pão com margarina, café puro e café com leite. Os funcionários adoeceram antes do horário de almoço e a intoxicação teria atingido somente o pessoal da produção, que consome muita água dos bebedouros, devido à temperatura do ambiente de trabalho (cerca de 30 graus, segundo funcionários) e às roupas pesadas.

Água particular

A Tecsis não consome água do Saae (autarquia que abastece a cidade), preferindo adquirir a água de uma empresa particular, chamada Serrinha, localizada no bairro Brigadeiro Tobias e que se utiliza de poços artesianos.

Segundo um funcionário, que pediu anonimato, um caminhão-pipa da Serrinha abasteceu ontem (dia 4) os reservatórios da Tecsis/planta7. Esse mesmo trabalhador, que sentia dores abdominais mas optou por não procurar o ambulatório da empresa, confirma a informação de que a água hoje tinha forte cheiro “podre”.

Mesmo não sendo responsabilidade direta do Saae, a autarquia enviou uma equipe à fábrica no final da tarde para colher amostras da água na empresa, por se tratar de interesse público e tranquilizar a população. O resultado da análise bacteriológica deve sair em 24 horas.

Sem informações

O sindicalista Valdeci, que esteve no hospital Modelo para ter informações sobre os pacientes, reclama que a política de recursos humanos da empresa “há tempos prioriza a desinformação e a negação dos direitos de organização dos trabalhadores; por isso, o bem-estar dos trabalhadores fica em segundo plano, sempre”.

O dirigente metalúrgico tentou, por várias vezes, na tarde de hoje, obter informações da Tecsis sobre o ocorrido. Mas não obteve retorno. Até o final da tarde, os bebedouros não haviam sido interditados pela empresa.

Pouco após às 18h, a imprensa SMetal recebeu uma nota da Tecsis alegando que atendeu “prontamente” os trabalhadores doentes e que vai investigar a causa do mal-estar ocorrido na fábrica (veja íntegra da nota abaixo).

A Tecsis produz pás para energia eólica e conta com 5 mil funcionários nas 9 unidades de Sorocaba, sendo cerca de 3 mil na planta 7, onde ocorreu a intoxicação.

Nota Oficial Tecsis
A Tecsis está atenta ao fato de que alguns colaboradores de uma das suas unidades, localizada na avenida Jerome Case, apresentaram sintomas de diarreia na manhã de hoje, dia 5 de dezembro.
Apenas 19 pessoas, dentre os cerca de 3.000 colaboradores da unidade, sentiram o mal-estar e a empresa está investigando se as origens são externas ou internas para tomar medidas cabíveis.
Os colaboradores que se sentiram mal foram prontamente atendidos no ambulatório médico da empresa ou nos serviços de saúde disponibilizados pelo convênio médico e passam bem.
Comunicação Tecsis

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