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Vitória de Lira traz mais desafios à classe trabalhadora, afirma SMetal

Para o presidente do SMetal, deputado deve dar continuidade à política genocida de Bolsonaro; mesmo em meio à pandemia, ataques aos direitos trabalhistas e dos mais pobres continuarão em pauta no Congresso

Imprensa SMetal - com informações do Estadão
Michel Jesus/Ag. Câmara
Com apoio de Bolsonaro, que conquistou o apoio de parlamentares por meio de liberação bilionária de emendas, Arthur Lira é o novo presidente da Câmara

Com apoio de Bolsonaro, que conquistou o apoio de parlamentares por meio de liberação bilionária de emendas, Arthur Lira é o novo presidente da Câmara

Com 302 votos, mais que o dobro do segundo colocado, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) foi eleito presidente da Câmara dos Deputados e ficará no comando da Casa nos próximos dois anos. A votação aconteceu nesta segunda-feira, dia 1.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Leandro Soares, infelizmente, a vitória do candidato de Bolsonaro não surpreende. Na última semana, o governo abriu os cofres públicos e, segundo reportagem do Estadão, destinou R$ 3 bilhões para 250 deputados e 35 senadores em emendas, para que aplicassem em obras e demandas em seus redutos eleitorais.

“Enquanto isso, o governo continua negando a continuidade do pagamento do auxílio emergencial e do benefício para preservação do emprego e renda dos trabalhadores, o que pode levar muitas famílias a passarem fome e aumentar significativamente o desemprego no País”, critica.

Segundo relato de parlamentares, além de verbas, o governo tem ofereceu ainda cargos a quem aceitasse votar nos dois nomes do governo, Arthur Lira na Câmara dos Deputados e Rodrigo Pacheco (DEM) no Senado – também eleito.

“O presidente da Câmara é quem coloca em pauta a discussão de projetos e votações e, por isso, seria imprescindível ter um Congresso independente do atual governo. Mas o que vemos é um reflexo das últimas eleições, que elegeu uma bancada majoritariamente formada por empresários e profissionais liberais”, explica.

Para Leandro, a eleição de Lira trará ainda mais desafios à classe trabalhadora. “Estamos vivendo a pior crise já vista no País e um governo que não se importa com a vida dos brasileiros. Agora, com Lira na presidência, mais uma vez a nossa democracia é colocada em risco, juntamente com os direitos dos trabalhadores e dos que mais precisam”, lamenta o presidente do SMetal.

Segundo ele, com o cenário que se desenha na política brasileira, cabe à classe trabalhadora se manter em alerta e estar disposta para o enfretamento às pautas que atacam os direitos dos brasileiros conquistados com muita luta.

“O Poder Legislativo seria, em tese, o espelho da sociedade que representa e, fazendo uma breve análise da origem e do perfil dos atuais deputados e senadores, podemos entender muitas das razões pelas quais os nossos direitos têm sido cada vez mais atacados e nossa renda diminuída. E não será diferente pelo menos nos próximos dois anos. Por isso, somente a mobilização e união dos trabalhadores são capazes de barrar mais retrocessos”, afirma.

Festa da vitória

Logo após o fim da votação na Câmara dos Deputados, Lira mostrou mais uma vez ser conivente com a política negacionista e genocida de Bolsonaro de “enfrentamento” à Covid-19 e promoveu uma grande festa de comemoração de sua vitória em uma casa no Lago Sul, área nobre de Brasília.

Segundo vídeo que tem circulado pela internet, divulgado pelo Estadão, cerca de 300 pessoas estiveram no local e poucos convidados usavam máscaras, o que incluía ministros do governo Bolsonaro.

“É inadmissível que um homem público, eleito para representar a população, haja de uma maneira tão irresponsável. Vivemos um os piores momentos da pandemia no país. Mas os apoiadores desse governo genocida fingem que nada está acontecendo, mesmo sabendo que muitas das 225 mil mortes do país poderiam ter sido evitadas caso houvesse efetivamente uma política de enfretamento à Covid-19”, critica Leandro.

Quem é Lira?

Arthur Lira é empresário, advogado e pecuarista e responde a várias ações na Justiça; entre elas lavagem de dinheiro e corrupção, além da acusação de ser o chefe de um esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa de Alagoas. Lira também foi condenado em segunda instância por improbidade administrativa.

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