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Contra o trabalhador

Vitor Lippi vota a favor da terceirização, que precariza o trabalho

Atualmente Lippi é o porta-voz da Reforma Trabalhista, proposta pelo governo Temer, e tem aparecido com frequência na mídia defendendo a retirada de direitos dos trabalhadores

Imprensa SMetal
Leandro Gonçalves / Levante Popular da Juventude
Lippi é o porta-voz da Reforma Trabalhista e tem aparecido com frequência na mídia defendendo a retirada de direitos dos trabalhadores

Lippi é o porta-voz da Reforma Trabalhista e tem aparecido com frequência na mídia defendendo a retirada de direitos dos trabalhadores

Vitor Lippi (PSDB), deputado federal e ex-prefeito de Sorocaba, votou a favor da terceirização irrestrita, aprovada ontem, dia 22, durante a noite, no Congresso. Em 2015 ele já havia votado a favor de outro projeto que impunha a ampliação da terceirização, o PL 4330. Naquela época, a pressão popular e a posição contrária à precarização do trabalho da presidente Dilma fizeram a proposta estagnar após chegar no Senado.

Em 2003, o presidente Lula também já havia vetado um projeto semelhante.

Atualmente Vitor Lippi é o porta-voz da Reforma Trabalhista, proposta pelo governo Temer. O parlamentar tem aparecido com frequência na mídia defendendo a retirada de direitos dos trabalhadores.

Entre outros ataques, o ex-prefeito afirmou haver uma indústria de ações trabalhistas no Brasil. “Eu tenho convicção, por pesquisa que vi em uma grande empresa no Brasil, que mais de 90% das ações trabalhistas no Brasil são fraudulentas”, declarou publicamente o deputado para justificar a reforma trabalhista e a flexibilização do Direito do Trabalho.

A subseção da OAB de Sorocaba divulgou na sexta-feira, dia 10, uma nota de repúdio contra as declarações do deputado.

Além do tucano Vitor Lippi, os eleitores da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) elegeram outros quatro deputados federais. Confira como eles votaram na sessão de ontem, dia 22: Herculano Passo (PSD), de Itu; e Guilherme Mussi (PP), de Itapetininga, votaram a favor da terceirização; Jefferson Campos (PSD), de Sorocaba, não participou da sessão; e José Olímpio (DEM), de Itu, votou contra a proposta de terceirização e a favor dos trabalhadores.

Lippi defende reforma

O secretário-geral e presidente eleito do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Leandro Soares, rebate o discurso de Lippi sobre a necessidade de Reforma Trabalhista.

Leandro desafiou o parlamentar: “Gostaria que o deputado demonstrasse qual empresa fechou por conta dessa fraude judiciária citada por ele”. Ele completou que as empresas fecham pela crise política e econômica disseminada pelos golpistas e por deixarem de cumprir com suas obrigações.

O dirigente sindical também critica o voto de Lippi favorável à terceirização. “Ao que parece, Lippi e os deputados que aprovaram esse absurdo não se importam com o fato da terceirização tirar direitos do trabalhador, deixando-o à mercê das empresas, que o descartam com uma mão na frente e outra atrás, muitas vezes já doente”.

Um dossiê da Central Única dos Trabalhadores (CUT), preparado por técnicos do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), revela o cenário tormentoso das terceirizações no Brasil. Com dados de 2013, o estudo mostra que os terceirizados recebem salários 24,7% menores que aqueles dos efetivos, permanecem no emprego pela metade do tempo, sofrem mais acidentes e doenças ocupacionais e cumprem jornadas maiores de trabalho.

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