Diante do impasse nas negociações com as bancadas patronais, especialmente referente ao reajuste salarial, a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) decidiu convocar representantes das principais empresas da categoria para discutir os rumos da Campanha Salarial 2023 e pressionar por avanços.
Desde a semana passada, dirigentes estão procurando algumas fábricas para, caso as negociações sigam emperradas com os grupos patronais, possam ser discutidos acordos individuais, como vem ocorrendo nas micro e pequenas empresas, anteriormente representadas pelo Grupo 10.
No entanto, os representantes locais insistem em aguardar a decisão do patronal para dar andamento nas negociações. Por isso, o SMetal está convocando as principais fábricas de Sorocaba e região para um encontro nesta sexta-feira, dia 20, a partir das 10h, na sede da entidade.
De acordo com o presidente do SMetal, Leandro Soares, o principal objetivo da reunião é reforçar o posicionamento frente às empresas da categoria e informar que darão início a protestos e paralisações caso as discussões não avancem.
“Nosso objetivo ainda é fechar a Convenção Coletiva para toda a categoria, garantindo reajuste nos salários e manutenção dos direitos para o máximo de trabalhadores. Mas queremos deixar claro que, se necessário, estamos com disposição de ir à luta e pressionar, nem que seja fábrica por fábrica, por um aumento digno para a categoria”, enfatiza Leandro Soares.
FEM entrega aviso de greve
Como decidido pela categoria, a Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT em São Paulo (FEM-CUT/SP) protocolou, nos dias 9 e 10 de outubro, o aviso de greve em todas as bancadas patronais. Isso significa que metalúrgicos de empresas dos 13 sindicatos filiados à FEM podem parar a produção a qualquer momento.
Os trabalhadores cobram a reposição integral da inflação – que nos últimos 12 meses acumulou 4,06% de perdas salariais – mais 2% de aumento real. A categoria também busca a renovação e ampliação dos direitos contidos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Em contrapartida, a maioria dos patrões oferece somente a inflação do período ou arredondamento – o que não atende às reivindicações da categoria.
Após pressão dos trabalhadores e envio do comunicado de greve, representantes de algumas bancadas patronais procuraram a FEM-CUT/SP para retomar as negociações. Porém, até o fechamento desta edição da Folha Metalúrgica, o SMetal não recebeu propostas formalizadas.