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Roteiros turísticos querem incentivar economia na Região Metropolitana de Sorocaba

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho de Sorocaba Geraldo Almeida, o projeto com a Flona de Ipanema é visa o desenvolvimento do turismo na Região Metropolitana de Sorocaba

Secom Sorocaba
Emerson Ferraz / Secom

A Flona de Ipanema, localizada em Iperó – em área que faz divisa com Sorocaba, Araçoiaba da Serra e Capela do Alto

Com o objetivo de articular parcerias para desenvolver o potencial turístico, economia, qualificação profissional e geração de emprego e renda na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), o secretário de Estado de Turismo, Roberto de Lucena, visitou, na manhã desta terça-feira (5), a Floresta Nacional de Ipanema (Flona), em Iperó. Acompanhado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho de Sorocaba, Geraldo Almeida, percorreu uma das trilhas naturais da Mata Atlântica, as construções e ruínas históricas da primeira siderúrgica da América Latina, fundada em 1810. No período da tarde, esteve no gabinete do prefeito Antonio Carlos Pannunzio.

No último dia 12 de março, o secretário do Estado já esteve em Sorocaba, ocasião em que se reuniu com prefeitos, gestores públicos e representantes do segmento turístico das cidades que compõe a RMS, visando ouvir reivindicações e debater propostas. Lucena destacou o potencial da Flona em atrair mais visitantes dentro de um roteiro turístico do Estado, tanto do ponto de vista histórico quanto por suas belezas naturais. “O turismo tem um dos maiores potenciais de incentivo à economia local, regional e nacional. O setor se sobressai à crise e continua sendo a segunda maior força econômica do Brasil e do mundo”, afirma.

O secretário Geraldo Almeida explica que a elaboração de um projeto com a Flona de Ipanema é o primeiro passo para fortalecer uma parceria do Governo do Estado voltado ao desenvolvimento do turismo na RMS. “Cada município tem suas características, suas peculiaridades, seus atrativos, mas precisamos é organizar, preparar as cidades para receber bem os visitantes, explorar racionalmente nossas riquezas naturais, culturais, artísticas, arquitetônicas, religiosas”, acredita.

O chefe da Flona de Ipanema, Alexandre Cordeiro, defende o mesmo caminho, destacando a necessidade de iniciativas que valorizem a importância histórica e a diversidade dos recursos naturais do local. “Vivemos num período com uma população muito urbana, que cresceu sem contato nenhum com a natureza. Assim, buscamos novas formas para reaproximar as pessoas do meio natural”, ressalta.

Siderúrgica e cemitério pioneiros

A Flona de Ipanema, localizada em Iperó – em área que faz divisa com Sorocaba, Araçoiaba da Serra e Capela do Alto – tem importância histórica para Sorocaba desde décadas antes mesmo da fundação da cidade. Sua história começou em 1589, quando a expedição liderada por Afonso Sardinha procurou ouro, mas encontrou jazidas de ferro no morro do Araçoiaba. Começou então a produção no local de ferramentas, como facas e foices, forjados em fornos rudimentares.

A extração de minério originou a primeira siderúrgica da América Latina, a Real Fábrica de São João de Ypanema, criada em 1810, por ordem do príncipe regente, Dom João VI.

A siderúrgica reunia muitos europeus, em especial suecos, alemães e austríacos, que, em sua maioria, seguiam a religião luterana. Com o impedimento do sepultamento de trabalhadores e familiares em cemitérios católicos, a área da Flona passou a sediar o primeiro cemitério protestante do Brasil, a partir de 1811. Até o início da década de 1990, o local ainda abrigava restos mortais, que acabaram transladados aos países de origem, servindo atualmente como local de preservação histórica.

A Real Fábrica de Ferro recebeu, em cinco oportunidades, visitas do imperador Dom Pedro II. No local, ainda nasceu o historiador, militar e diplomata Francisco Adolfo de Varnhagen, o Visconde de Porto Seguro, considerado o “pai da História do Brasil” (1816-1878).

Decretada Floresta Nacional em 1992, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Flona oferece mais de cinco mil hectares de Mata Atlântica, com trechos de cerrado e várzea, trilhas ecológica com grande diversidade da flora e fauna brasileira – dentre as quais 344 espécies de aves.

Administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Flona também abriga a Academia Nacional da Biodiversidade, que capacita técnicos ambientais de todo Brasil. Aberta à visitação de quinta-feira a domingo, das 8h às 15h, a Flona é acessível pela saída 99 B da Rodovia Castello Branco e pelo Km 112 da Rodovia Raposo Tavares.

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