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Cerimônia

Presidente do SMetal recebe título de cidadão sorocabano nesta quarta

Leandro Soares recebe a homenagem em sessão solene na Câmara dos Vereadores; iniciativa partiu do vereador Francisco França (PT) por meio de um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) aprovado em 2021

Imprensa SMetal
Matheus Meirelles
Leandro é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos desde 2017

Leandro é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos desde 2017

O Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Leandro Soares, recebe o título de cidadão sorocabano nesta quarta-feira, 23, em uma sessão solene que acontecerá na Câmara dos Vereadores de Sorocaba.

A iniciativa partiu do vereador Francisco França (PT) que, em 2021, propôs um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para homenagear Leandro com a honraria.

Na visão do parlamentar, desde que assumiu o primeiro mandato como presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Leandro vem realizando um trabalho crescente à frente da entidade. Ele destaca as ações do conceito de Sindicato Cidadão. “Esta forma de trabalho norteia também para as questões sociais junto às comunidades locais e engloba à luta sindical outras dimensões essenciais da cidadania”, comentou em entrevista concedida ao SMetal no ano passado.

A sessão acontece a partir das 19h desta quarta-feira, 23, e poderá ser acompanhada presencialmente na Câmara. Quem preferir acompanhar à distância, terá a possibilidade de assistir à sessão, ao vivo, pelo canal da Câmara Municipal (acesse aqui).

Para Leandro, é uma grande honra receber o título de cidadão sorocabano. “Boa parte da minha história de vida se faz aqui em Sorocaba, onde praticamente cresci com meus pais e irmãs e onde constitui a minha família. Aqui também é a terra que iniciei e sigo a minha militância em prol dos trabalhadores no SMetal e luta por uma sociedade mais justa e digna para todos. Fico muito feliz e orgulhoso com a iniciativa do vereador França”.

Histórico de luta

Natural da cidade de São Paulo, Leandro nasceu em 1982 e é o mais velho dos três filhos do seu Guilhermino dos Santos Soares e da dona Hilda Cândido Soares. Passou a infância na capital e, em 1994, veio com a família para Sorocaba, uma vez que seu pai era metalúrgico na empresa de autopeças Albarus e havia sido transferido para o interior. Leandro tinha 12 anos quando a família se instalou definitivamente na cidade, indo morar no Jardim São Judas Tadeu. Entre os estudos e a adaptação da vida no interior, Leandro mantinha um grande sonho: ser jogador de futebol.

Com o apelido de “Baiano”, logo virou “Baía”, quando ele começou a atuar no gol do time da Faculdade de Engenharia de Sorocaba (Facens). Em 1998, chamou a atenção do Figueirense Futebol Clube e deixou Sorocaba, partindo sozinho para Santa Catarina. Em 2002, Leandro foi para o Caxias, em Joinville.

Arquivo Pessoal
O sonho do futebol mudou de curso, mas levou Leandro na direção de outros desafios igualmente importantes

O sonho do futebol mudou de curso, mas levou Leandro na direção de outros desafios igualmente importantes

Foi também em 2002 que sua vida acabou tomando outro rumo. Uma infecção de amígdala mal diagnosticada evoluiu para um quadro mais grave de septicemia, que resultou num coma natural e induzido de 24 dias. Leandro sobreviveu, mas o sonho de ser jogador de futebol profissional, infelizmente, não. A doença resultou numa artrose no quadril, sendo responsável pela diminuição de uma de suas pernas, impossibilitando a sua atuação como atleta. Voltou, então, para Sorocaba, aos 20 anos.

Em 2004, foi beneficiado com o sistema de Cotas Para Deficientes (PCD), sancionado pelo presidente Lula, e ingressou na empresa ZF do Brasil Planta 2. Começou na fábrica como operador de máquina, depois passou para preparador e começou a liderar o setor da produção de montagem, onde trabalhava, no segundo turno.

Daniela Gáspari/Imprensa SMetal
A ZF do Brasil é a empresa em que a jornada de Leandro começou na metalurgia

A ZF do Brasil é a empresa em que a jornada de Leandro começou na metalurgia

Em 2006, Leandro comemorou o nascimento de sua filha Ingrid, fruto do primeiro casamento. A militância sindical começou quando Leandro entrou, em 2007, para a Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). Ainda sem ligação com o sindicato, o jovem negociou a PPR (Programa de Participação de Resultados) diretamente com os gestores, chegando a um valor que foi aceito pelos trabalhadores da ZF (Planta II). A então interferência nas negociações acabou aproximando-o do movimento sindical e foi convidado para participar da chapa para as próximas eleições da entidade.

Inicialmente, Leandro atuaria na questão de cotas para deficientes, mas, em 2008, já assumiu a coordenação da Juventude Metalúrgica no SMetal e passou a contribuir para expansão do setor com a construção das secretarias nacional e estaduais de Juventude da CUT, como também da Confederação e da Federação.

Já em 2011, tornou-se o primeiro secretário nacional da Juventude da CNM/CUT, com a missão de reaproximar os jovens do debate. Nesse período viajou por todo o Brasil, América Latina e até a países da Europa. As viagens permitiram um intercâmbio de experiências do movimento sindical em nível global.

Na eleição de 2014, Leandro Soares foi eleito secretário-geral da entidade, cargo que ampliou sua atuação. Já de início, retomou políticas de aproximação com a base, movimentos sociais e minorias (mulheres, negros, LBTQIA+ etc). Também teve a responsabilidade de atuar contra as reformas trabalhistas, da terceirização e previdenciária.

Em 2017, assumiu a presidência do SMetal. O papel de Leandro, desde o primeiro mandato, foi reaproximar a categoria das empresas, diminuir a polarização e construir um diálogo. Assim, conquistou importantes convenções coletivas, evitando que a base não fosse atingida com as reformas. Além disso, buscou investimentos para a cidade gerando emprego e renda para milhares de pessoas.

Casado desde 2019 com a psicóloga Kátia Leite, Leandro divide o tempo entre a família e a luta sindical. Uma de suas grandes preocupações é a juventude, por perceber que os jovens, que já tiveram a oportunidade de estudo e trabalho, hoje precisam lidar com as consequências da pandemia e de um governo de retrocessos.

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