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Polícia prende dois secretários do prefeito tucano Vitor Lippi

Oito secretários sorocabanos já caíram este ano, três deles foram presos; dois por corrupção e um por pedofilia

Imprensa SMetal

A Polícia Civil prendeu na manhã de terça-feira, dia 13, os secretários municipais Maurício Biazotto (Governo) e José Dias Batista Ferrari (Desenvolvimento Econômico). Eles são acusados de participar de um esquema de corrupção dentro da Prefeitura de Sorocaba. Os dois estão afastados de suas funções, “até que se apure o caso”, diz Lippi. Em troca de propinas, o grupo, de aproximadamente dez pessoas, liderado pela empresária Ivanilde Vieira, facilitava a liberação de alvará para instalação de hipermercados e postos de gasolina na cidade.

O grupo, segundo a polícia, movimentou aproximadamente R$ 500 mil em um ano e meio de corrupção. Além de Biazotto e Ferrari, a polícia também prendeu na terça-feira Valéria Cavaler, mulher de Biazotto, e o engenheiro Jefferson Tadeu Aily. Eles prestaram depoimentos e foram liberados ainda na noite de terça-feira. Os secretários, no entanto, com prisão temporária decretada por 5 dias, posaram na cadeia.

Ontem, quarta, dia 14, eles passaram o dia prestando depoimento e também foram liberados no começo da noite. O delgado Wilson Negrão e o promotor de justiça Roberto Campos de Andrade, do GAS (Grupo Anti-seqüestro) de Sorocaba e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) respectivamente, disseram que ambos colaboram com as investigações e por isso liberam a dupla. Negrão e Andrade falam de corrupção com organograma, mas não revelaram a função de cada um dos envolvidos no esquema.

Desde o começo do ano Lippi perdeu oito secretários. Dois pediram exoneração por falta de apoio às suas pastas, cinco foram afastados por algum tipo de envolvimento em corrupção e um, Januário Renna, foi preso em flagrante acusado de pedofilia. Ele foi surpreendido em um motel com três meninas, uma delas com apenas 14 anos de idade. Investigações começaram há mais de um ano No dia 14 de junho de 2008 o GAS (Grupo Anti-seqüestro) de Sorocaba e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) abriram inquérito para apurar denúncias de corrupção no setor de liberação de alvará da prefeitura de Sorocaba.

Depois de um ano e três meses de investigações, em 28 de setembro, a polícia prendeu, em São Paulo, a empresária Ivanilde Vieira, dona do posto de gasolina Lotus, presidente regional do sindicato dos donos de postos, conselheira do Clube São Bento e presidente do PSC (Partido Social Cristão) de Sorocaba. A Polícia e o Gaeco acusam Ivanilde de chefiar um esquema de corrupção que pagava propina pela liberação de alvarás para a instalação de postos de gasolina na cidade. Presa por três dias em Votorantim, a empresária revelou todo o esquema e delatou, entre os envolvidos, os secretários Biazotto e Ferrari.

Até o momento o inquérito reúne sete volumes com 200 páginas cada um. Cinco pessoas tiveram prisão temporária decretada, mas três já foram soltas e vão responder ao processo em liberdade. Biazotto e Ferrari também deverão ser liberados nas próximas horas. Os acusados poderão ser condenados por corrupção (ativa e passiva, pena de 2 a 12 anos de prisão), concussão (pena de 2 a 8 anos) e formação de quadrilha (pena de 1 a 8 anos). “Afastado, afastado!?” Essa foi a reação do delegado Wilson Negrão, do GAS, que preside o inquérito do Caso Pandora, ao ouvir pelo rádio junto com os repórteres, nas escadarias de sua delegacia, a declaração do prefeito Vitor Lippi sobre a situação do seu secretário José Dias Batista Ferrari, que naquele momento estava preso sob ordem do juiz Jaime Walmer de Freitas. Negrão não revelou o motivo do espanto, mas fez sinal com a cabeça de que não concordava com o termo usado pelo prefeito e se afastou do grupo de repórteres para continuar com os depoimentos. Maurício Biazotto e Ferrari ainda continuam secretários, pois ainda não foram exonerados, mas dificilmente eles voltarão a ocupar seus respectivos cargos.

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