Processo de recuperação judicial da empresa teve início em 2017
O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) realizou uma plenária com os trabalhadores da Iperfor, em Iperó, na tarde da terça-feira, 26, para esclarecer o andamento do processo de recuperação judicial envolvendo a empresa.
A advogada trabalhista Érika Mendes, do Jurídico do Smetal, explicou que a empresa não conseguiu cumprir com o plano de pagamento apresentado no início do processo e, agora, pediu um aditivo para apresentar um novo plano das condições de pagamento das dívidas. Ela também apontou que parte dos credores envolvidos na ação sinalizam que podem não concordar e, com isso, ser decretada a falência da empresa pelo Poder Judiciário.
“A situação atual é muito séria e inspira cuidados. Essa nova proposta da Iperfor é prejudicial em relação à anterior e isso gerou dúvidas nos credores. Tanto que uma assembleia que seria realizada em 13 de julho com esses credores foi adiada para 15 de agosto, diante da desconfiança com o plano para os pagamentos apresentado pela empresa. A aprovação é necessária para que não seja decretada a falência, cabendo à empresa reavaliar as condições propostas e melhorá-las”, destaca Érika.
O vice-presidente do SMetal, Valdeci Henrique da Silva (Verdinho), comandou a assembleia e falou da importância de buscar caminhos para a preservação dos empregos. “Temos uma situação muito séria e difícil. Se a empresa não negociar com firmeza e apresentar uma proposta clara de que vai honrar com os compromissos, esses credores podem pedir a sua falência. Nós do Sindicato não queremos que isso aconteça. Por isso, estamos à disposição para negociar e encontrarmos uma saída para que as dívidas da empresa sejam pagas e os postos de trabalho sejam garantido”.
Histórico
O processo de recuperação judicial da Iperfor teve início em 2017. Sem conseguir realizar os pagamentos, a empresa pediu um aditivo ao plano inicial em 2022. De acordo com a advogada, diversos trabalhadores estão nas ações movidas pelo jurídico do SMetal. “Temos ações no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e também em relação à diferença de salários. Parte dos trabalhadores já receberam o que era devido, mas outra parte ainda não. Por isso, seguimos buscando o melhor caminho para que essas pessoas recebam o que é direito”, diz ela.
Verdinho destacou que os trabalhadores que têm dúvidas devem procurar os dirigentes sindicais e o Sindicato. A sede do SMetal funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Os metalúrgicos também podem marcar horário para atendimento no setor jurídico pelo telefone 3334-5401 ou WhatsApp (15) 99833-0308.
Campanha Salarial
Verdinho também abordou a Campanha Salarial 2022, que está em processo de negociação com as bancadas patronais. “Nossa data-base é em setembro e, até o momento, os metalúrgicos já estão com 9,82% de perda salarial acumulada. Por isso, temos que estar unidos e mobilizados para buscar a valorização dos salários”.
Fernando Lima, economista da subseção do Dieese do SMetal, destacou a alta da inflação e como isso impacta nos preços dos produtos. “Tudo ficou muito mais caro e o que o Sindicato conseguiu repor na data-base do ano passado já foi corroído por essa inflação. Quem sente peso no bolso é o trabalhador, que compra cada vez menos com o salário que recebe”.
