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OIT estima que 50 milhões de pessoas são vítimas do trabalho escravo no mundo

Levantamento mostra uma explosão do trabalho análogo à escravidão nos últimos cinco anos. Recentemente, em Salto de Pirapora, nove trabalhadores foram encontrados em condições análogas à escravidão

Rede Brasil Atual (com informações do MPT)
Divulgação ASCOM / MPT 15ª Região
MPT, GRT de Sorocaba e PF flagraram cortadores de madeira em condições precárias de trabalho e de alojamento, em Salto de Pirapora

MPT, GRT de Sorocaba e PF flagraram cortadores de madeira em condições precárias de trabalho e de alojamento, em Salto de Pirapora

Levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado nesta segunda-feira (12), estima que ao menos 50 milhões de pessoas são vítimas de condições de trabalho análogas à escravidão no mundo. O problema afeta todos os continentes, segundo a entidade, e explodiu nos últimos cinco anos, principalmente com a pandemia de covid-19 entre 2020 e 2021. As informações são do correspondente internacional Jamil Chade, colunista do portal UOL.

Inclusive, no mês passado, em Salto de Pirapora, próximo a Sorocaba, nove trabalhadores foram encontrados em condições análogas à escravidão (saiba mais). Todos estavam sem registro em carteira de trabalho e abrigados em alojamentos na própria fazenda, em péssimas condições de higiene e conforto. A operação de resgate foi realizada pela Inspeção do Trabalho (Gerência Regional do Trabalho de Sorocaba), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Polícia Federal (PF).

No mundo, a partir de 2016, mais 10 milhões de pessoas passaram a ser vítimas do trabalho escravo. A avaliação da OIT é de que a crise sanitária aprofundou a exploração. Até o ano passado, 28 milhões de pessoas estavam em situação de trabalho forçado. A entidade também estima que 3,3 milhões de crianças também sejam exploradas, inclusive sexualmente. Elas são uma em cada oito pessoas vítimas de trabalho forçado.

Em todos os continentes, a entidade também identificou que os imigrantes estão entre as populações mais afetadas pela realidade do trabalho forçado. Eles têm três vezes mais chance de serem vítimas do que outros segmentos. Diante dos dados, o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, afirmou ser “chocante ver que a situação da escravidão moderna não esteja melhorando”. “Nada justifica isso”, destacou.

Vítimas de casamentos forçados

A reportagem também revela que um dos fenômenos que mais preocupa a OIT é o aumento dos casamentos forçados. No ano passado, 22 milhões de pessoas estavam nessa situação. O total indica um aumento de 6,6 milhões de vítimas de casamentos forçados, entre 2016 e 2021.

O número, no entanto, segundo a própria entidade, é subestimado. A avaliação é que o problema seja ainda maior. A Ásia responde por 65% dos casos. A situação também é alarmante nos países árabes, onde quase cinco pessoas de cada mil são vítimas de casamentos forçados, e nas Américas. Ao todo, 5 milhões de pessoas são vítimas no continente, das quais 3,3 milhões em trabalhos forçados e o restante em casa.

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