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Campanha Salarial 2018

“O empresariado acha que voltamos à estaca zero”, afirma Luizão

As bancadas patronais do G3, G2 e G8 entregaram contraproposta de Convenção Coletiva de Trabalho sugerindo alterações ou exclusão de mais da metade dos itens. Todas apresentam retirada da estabilidade. Confira avaliação do presidente da FEM-CUT, Luizão, sobre o início das negociações da Campanha Salarial 2018

Imprensa Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (Com TVT)
Adonis Guerra
Para Luizão, se os trabalhadores não tiverem consciência da importância de ter uma Convenção Coletiva, os patrões vão conseguir o que querem, acabar com os direitos

Para Luizão, se os trabalhadores não tiverem consciência da importância de ter uma Convenção Coletiva, os patrões vão conseguir o que querem, acabar com os direitos

O presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, FEM-CUT, Luiz Carlos da Silva Dias, Luizão, avaliou o posicionamento dos patrões no início desta Campanha Salarial, após as bancadas do G3, G2 e G8 terem entregado contra pautas para a Convenção Coletiva de Trabalho, CCT, na semana passada.

Os detalhes foram abordados durante entrevista ao Seu Jornal da TV dos Trabalhadores, TVT, na última quarta-feira, 18. (assista à integra da entrevista aqui)

“Percebemos que os patrões acham que voltamos à estaca zero. O ambiente de reforma Trabalhista favoreceu o empresariado, ou criou a sensação de que agora eles podem tentar retirar aquilo que ao longo dos anos nós conquistamos”, criticou.

As contrapropostas apresentadas pelas bancadas patronais sugerem alterações ou exclusão de mais da metade dos itens, com destaque para o G2 que propõe mudança em 55 das 64 cláusulas estabelecidas na CCT. Todas apresentam retirada de qualquer tipo de estabilidade. Luizão reforçou o fato de o trabalhador estar vulnerável com o fim da ultratividade.

“Nossas convenções terminam em 31 de agosto e, se algum empresário aventureiro achar que deve fazer tudo ao contrário do que estabelece a Convenção, ele pode. Pois a reforma garante esse direto a ele e o prejuízo aos trabalhadores”.

Entre as mudanças, o presidente destacou a data de pagamento e o auxílio afastamento. “Nosso acordo estabelece que o pagamento seja feito até o dia 5 de cada mês, eles propõem que se aplique a lei brasileira que determina o pagamento até o 5º dia útil. Dependendo do final de semana ou feriado, o pagamento poderá ser feito no dia 7, 8 ou 9, o que traz prejuízos aos compromissos assumidos pelo trabalhador”, explicou.

“A bancada também quer diminuir o auxílio afastamento. Quando o trabalhador se afasta por mais de 15 dias, ele recebe o benefício da Previdência e as empresas complementam o salário até 120 dias. Os patrões querem reduzir para 60 dias. Mais uma prova de que querem retirar direitos e garantias estabelecidas na Convenção”.

“Se os companheiros não tiverem consciência da importância de ter uma Convenção, os patrões vão conseguir o que querem. Por isso é importante que a categoria esteja unida, disposta a fazer a luta e participe do dia a dia dos sindicatos”, concluiu.

Patrões pressionam para retirar direitos do trabalhador

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