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Número de carteiras assinadas em Sorocaba dobra em dez anos

No mesmo período analisado, o aumento da população economicamente ativa em Sorocaba foi de 24,7%

Jornal Cruzeiro do Sul

O número de carteiras assinadas em Sorocaba dobrou de 2003 a 2013, aponta a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), divulgada este mês pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A cidade contava com 103.166 empregados formais em 2003, e chegou a 206.073 no ano passado. Nesse mesmo período, a população com idade ativa – com mais de 15 anos e que está apta a trabalhar – aumentou 24,7%. De 2012 para o ano passado, o mercado de trabalho com carteira assinada apresentou crescimento de 6,25%, de acordo com a Rais.

Entre os três principais setores da economia, serviços foi o que mais empregou no período de 10 anos. Em 2003, estavam registrados 39.368 trabalhadores no setor, número que passou para 83.921 no ano passado, o que representa um aumento de 113%. A indústria vem logo em seguida, passando de 35.897 para 67.049 empregados em igual período, com 86,78% de crescimento. O comércio, por sua vez, empregava 23.684 sorocabanos em 2003 e atingiu a marca de 45.214 registros, no último ano. O número de carteiras assinadas, neste caso, cresceu 90,9%.

Em relação a aumento percentual, no entanto, os setores que mais cresceram em termos de contratações foram agropecuária e construção civil. O primeiro registrou uma expansão de 163,1% nos postos de trabalho, passando de 312 trabalhadores para 821, no decorrer da última década. Já a construção civil, apresentou uma elevação de 132,2% nos postos de trabalho. Tinham carteira assinada, neste setor, 3.905 trabalhadores em 2003, número que foi a 9.068, em 2013.

População

O crescimento do número de carteiras assinadas, no total, foi de exatamente 99,75% e não pode ser explicado pelo aumento da População com Idade Ativa (PIA) – aquela que tem idade superior aos 15 anos e pode trabalhar. No período de 2003 a 2013, o número sorocabanos aptos a trabalhar passou de 391.292 para 487.945, o que significa um aumento de 24,7%.

Para o economista Fernando Lima, da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em Sorocaba, apenas o crescimento da população economicamente ativa não explica o aumento no número de carteiras assinadas na cidade. “É importante deixar claro que fenômeno do crescimento de carteiras assinadas não é local, mas também estadual e nacional. É um fenômeno da década passada, dos últimos anos, que está atrelada ao desempenho da economia como um todo”, analisa.

O fato de que Sorocaba é como uma capital regional também explica o crescimento dos postos de trabalho formal. “Sorocaba é o centro, ou capital da região, inclusive região metropolitana e é a maior empregadora da região”, acrescenta Lima, sobre a vinda de trabalhadores de outras cidades para Sorocaba.

Crescimento 2013

Na comparação entre os anos de 2012 e 2013, a geração de postos de trabalho em Sorocaba aumentou 6,25%. O setor da construção civil foi o que mais se destacou, com 11,26% de crescimento, passando de 8.150 trabalhadores para 9.068 de um ano a outro. A agropecuária também teve aumento semelhante na contratação, da ordem de 11,25%, registrando 738 empregos em 2012 e 821 em 2013.

Nos setores que mais empregam, o comércio se destaca, com um aumento de 6,7% nos postos de trabalho. De 42.376 trabalhadores, passou para 45.214, de um ano a outro. A indústria local apresentou aumento de 6,05% nas contratações nesse período. Tinham registro de 67.049 trabalhadores, no ano passado, ante 63.225 do ano anterior. O setor de serviços foi o que menos contratou, com uma elevação de 5,6%. Eram 79.469 empregados em 2012, número que saltou para 83.921, no ano passado.

Perfil do sorocabano

Atualmente, 58,9% dos trabalhadores sorocabanos são homens, enquanto as mulheres são 41,1%. Apesar disso, de 2012 para 2013, o número de mulheres no trabalho formal cresceu 8,08%, enquanto o número de homens aumentou 5%. De acordo com o economista Fernando Lima, a participação das mulheres no mercado de trabalho, apesar de lenta, apresenta constante crescimento em Sorocaba. “Para se ter noção, no ano de 2003 a participação feminina estava na casa dos 36%”, diz.

Em relação à faixa etária, em números absolutos, os jovens (com até 29 anos de idade) somaram 79.066 trabalhadores no ano de 2013, enquanto em 2012 somavam 75.884. “Em termos relativos, manteve-se praticamente estável em 38,5%”, analisa Lima.

Quanto à formação escolar, o economista ressalta que a maioria, ou 58,12% dos trabalhadores, possui o ensino médio completo. Trabalhadores com ensino superior completo e incompleto somam 18,46%. Contudo, o total de trabalhadores com escolaridade inferior ao ensino médio correspondem a 23,42%. “É importante destacar que, no ano de 2006, esse percentual correspondia a 37% dos trabalhadores com carteira assinada. Assim é possível notar que, em um curto espaço de tempo, a escolaridade dos trabalhadores cresceu enquanto indicador”, destaca o economista.

Em torno de 46,6% dos sorocabanos receberam, no máximo, dois salários mínimos ao mês, em 2013. Somados com outras faixas de remuneração imediatamente posteriores, 79,03% dos trabalhadores com carteira assinada recebiam até 4 salários mínimos. Por outro lado, os trabalhadores que recebiam mais de 20 salários mínimos, no ano passado, corresponderam a 0,81% do total com carteira assinada no município.

Por fim, a Rais aponta que, em relação ao tempo de serviço, 38,36% dos trabalhadores possuíam menos de um ano de atividade na empresa. Em 2012, o número correspondia a 39,2%. Para Lima, o número revela estabilidade. Por sua vez, 10,49% dos sorocabanos com carteira assinada possuíam mais de 10 anos de empresa, enquanto que, em 2012, eles correspondiam a 10,12% do total. Os demais trabalhadores tinham os seguintes tempos de serviço em 2013: de um a três anos incompletos, 28,24%; de três a cinco anos incompletos, 10,99%; e de cinco a 10 anos incompletos, 12,28%.

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