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Novos dirigentes iniciam estudo sobre Indústria 4.0

Desde fevereiro deste ano, 16 novos dirigentes, que são membros de Comitês Sindicais de Empresa (CSE), participam do Programa de Formação

Imprensa SMetal
Foguinho/ Imprensa SMetal
O Programa de Formação para novos dirigentes teve início em fevereiro deste ano e segue agora com módulo sobre Indústria 4.0

O Programa de Formação para novos dirigentes teve início em fevereiro deste ano e segue agora com módulo sobre Indústria 4.0

“Indústria 4.0 – a fábrica do futuro” é o tema do novo módulo do Curso de Formação para novos dirigentes sindicais do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), que tem início nesta sexta-feira, 27.

Dezesseis novos dirigentes, membros das Comissões Sindicais de Empresas (CSE´s), farão as aulas desse módulo, que encerra o curso sobre Sociedade Na Fábrica, que já contou com módulos sobre Fordismo e Toyotismo.

A partir desta sexta, os novos dirigentes terão um panorama sobre como essa quarta revolução industrial pode interferir na vida dos trabalhadores no Brasil, quais as consequências e modificações no ambiente do trabalho, etc.

O diretor licenciado e secretário de organização do SMetal, Izídio de Brito, explica que a formação teve início em fevereiro com o curso Sociedade de Classes e Sindicato, também divido em módulos.

Num primeiro momento de formação, os novos dirigentes tiveram aulas, aos fins de semana, para ampliara a compreensão sobre o papel do sindicato numa sociedade de classes, com foco especial no atual momento histórico da sociedade brasileira, que com o golpe, aumentou o abismo social no país, estabelecendo um receituário neoliberal.

A reflexão teórica foi mediada pela prática política: o que se espera do sindicalismo classista e de seus dirigentes no atual momento histórico de crise da sociedade brasileira.

Capital-trabalho

O curso abordou a natureza da relação de exploração contida no trabalho assalariado, mostrando seu caráter estruturante na sociedade de classes no sistema capitalista.

Já no segundo momento, a complexa relação entre a base estrutural da sociedade e a superestrutura jurídico-política deu sequência aos estudos. Como o Estado, a mais complexa dessas instituições, cumpre este papel, ora exigindo o respeito à lei ou fazendo a pretensa defesa do direito de todos, ora usando do aparato judicial e do monopólio da violência para reprimir quem desrespeita a lei e fere o interesse do outro. “Ou seja, ora mascarando e ora agindo sem qualquer escrúpulo em relação à sua função fundamental: preservar as relações de poder, os privilégios da elite e a submissão da classe trabalhadora”.

O conceito ideologia também integrou o curso e provocou os dirigentes a questionarem, em época de predomínio das redes sociais, como dialogar com os companheiros na fábrica, exercendo o papel de dirigente educador?

Para o secretário de administração e finanças do SMetal, Tiago Almeida do Nascimento, responsável pela pasta de Formação, afirma que a preocupação da diretoria da entidade é a de preparar os dirigentes para que eles possam promover um melhor debate nos locais de trabalho sobre os direitos e lutas da classe trabalhadora.

O combate à reforma

Paralelamente ao programa de formação de novos dirigentes, o SMetal também promoveu curso sobre a “Reforma Trabalhista e Ação Sindical”, em abril deste ano, em duas turmas para dirigentes do SMetal.

O diretor licenciado Izídio explica que o objetivo foi o de preparar os membros dos CSE´s para resistir à implementação da reforma trabalhista na fábrica. Além disso, aprofundar a reflexão sobre os principais elementos da nova legislação e seus impactos na precarização do trabalho e desenvolver estratégias de negociação coletiva para barrar a reforma.

Confira os depoimentos de alguns dirigente sobre os primeiros módulos do curso de formação:

Rodrigo Vilela, 37, Apex Tool

A vontade de somar na transformação, de questionar. Sozinhos não conseguimos nada. É mais saudável lutar de forma coletiva. Assim, conseguimos fazer uma leitura do que está deficiente e conscientizar.

Alcides Vitor Filho, 41, Boge

Como dirigente sindical você também tem que levar pro chão de fabrica o que a empresa propõe, minha tarefa é buscar beneficiar a todos os trabalhadores.

Beibson Bruno Ribeiro, 32, Federal Mogul

Quando aceitei o convite para integrar o CSE minha motivação foi a de conhecer a instituição, de trabalhar pelos direitos.

Claudinei Correia Meiro, 40, Flextronics

Sou filho de metalúrgico e essa já é uma grande motivação para me envolver com o sindicato e mostrar para o trabalhador que tem direitos e que deve lutar para conquistar mais e evitar a retirada de conquistas.

Lindalva Linhares da Silva Martins, 41, Flextronics

Eu sempre gostei do movimento sindical, sempre participei das assembleias e observava alguns casos de violação de direitos na fábrica anterior que trabalhei e questionava dentro da fábrica. Quando me indicaram para ser CSE aceitei porque se quer que seus direitos prevaleçam tem que lutar por eles.

Nazaré Inocência da Silva, 54, Flextronics

Eu sempre gostei de trabalhar pela comunidade, na área social. Já fui da CIPA e da Brigada para ajudar os companheiros nas dificuldades do dia a dia.

Antonio Guidoni, 45, Furukawa

Na minha base só tinha o Clodoaldo e ele ia sair. Daí, veio conversar comigo para assumir como CSE. Eu considerei o trabalho dele e pensei que seria bom dar continuidade para não se perder o que foi conquistado.

Edson Roberto Araújo, 45, Kanjiko

O que me motivou é a gente conseguir mudar, melhorar as condições, ter um ambiente melhor na fábrica, com a luta do Sindicato. A gente se unindo consegue avançar muito mais.

Samuel Moraes da Costa, 39, Kanjiko

Minha motivação foi buscar melhores condições de trabalho. Mas é uma tarefa desafiadora. É difícil lutar contra quem tem o poder nas mãos.

André Luiz Zalla, 37, Robert Bosch

Tenho um tio que foi dirigente sindical por mais de 20 anos. Sempre observei ele doar o tempo pelo outro, por um bem maior. Comecei a me inteirar sobre a vida sindical e a compreender que de que é preciso se mobilizar.

Simão Ramos de Almeida, 40, Robert Bosch

“Eu sempre estive ao lado da esquerda. Conhecia o Terto e os meninos da Johnson, aí surgiu o convite. Se a gente quer mudar algo na vida precisa lutar. Tem que lutar por algo melhor para a família, para a sociedade e pela manutenção do emprego”.

Fagner, 32, Scórpios

Há muita desigualdade no chão de fábrica, muita pressão em cima dos pais de família. Temos que assegurar os direitos para que se tenha um bom trabalho.

Alexandre Jesus de Brito, 48, Vossloh Cogifer

Sempre participei da CIPA e de comissão de fábrica, sempre atento a essas questões. Quando surgiu o convite aceitei porque acredito que o sindicato é uma ferramenta a mais para lutar.

Edgard Cirilo dos Santos, 51, ZF do Brasil

Nós precisamos sempre um do outro para e como dirigente temos mais facilidade em ajudar. Esse curso de formação está sendo bom porque abre a mente e provoca debates importantes para podermos levar para as bases também.

Emerson Valeriano Guimarães, 37, ZF do Brasil

O que me motivou foi poder ter um amparo por meio do sindicato, de fazer mobilização, não perder nossas conquistas. Sempre gostei de participar das lutas da sociedade, como no Instituto Federal.

Jorge Miguel Fonseca, 53, ZF Brasil

A própria dificuldade de entender a política sindical e de entender os direitos fez com que eu me integrasse ao CSE. É importante desmistificar o que é o sindicato e mostrar o contexto das coisas, para mostrar o que há de retrocesso e o que precisa mudar.

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