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Nota de repúdio: Favela não é muquifo, nobre vereador

Diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região repudia a maneira preconceituosa que o vereador Luís Santos se referiu às favelas e às pessoas trabalhadoras que moram nesses espaços

Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região

A diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) vem a público repudiar a maneira pejorativa com que o vereador Luís Santos (Republicanos) se referiu às favelas brasileiras, durante a discussão, nesta terça-feira, 18, em torno da votação de um projeto de lei da vereadora Iara Bernardi (PT), que cria o Dia da Favela e da Luta por Moradia Digna, a ser comemorado em 4 de novembro.

“Tem que ficar lembrando das favelas?”, questionou o vereador, que apresentou uma emenda sugerindo mudar o nome da data para “Dia da Luta por Moradia Digna”. Infelizmente, num tom preconceituoso, a fala do nobre vereador não para por aí e ele então sugere que mude o nome para “Dia do Muquifo”, desconsiderando toda a importância da discussão em torno das comunidades.

Como o próprio projeto de lei de Iara explica, favela é uma das maneiras de chamar assentamentos irregulares e, de nenhuma forma, é utilizada em nosso vocabulário de forma pejorativa. Elas também podem levar o nome de ocupações; invasões; grotas; baixadas; comunidades; vilas; loteamentos irregulares; mocambos e palafitas; entre outros.

Como um dos principais representantes do bolsonarimos em Sorocaba, o vereador Luís Santos sempre dispara falas preconceituosas para todos os lados. Ao falar das favelas de maneira preconceituosa, o vereador faz igual ao seu líder Bolsonaro, que declarou no último debate que nas favelas só tem bandido.

Ao invés de enxergar a favela somente como um local de violência e criminalidade ou até mesmo tentar esconder que elas existem, sugerimos que o nobre vereador vá conhecer um dos mais de 50 núcleos existentes em Sorocaba e cumpra efetivamente o seu papel, que é representar todos os sorocabanos. Seja ele pobre ou rico, moradores dos bairros mais nobres ou com mais necessidades.

Na favela há sim o que melhorar, como qualquer bairro; mas também há cultura, esporte, projetos sociais, solidariedade e seres humanos. Fingir que elas não existem é dar as costas a um dos principais problemas do nosso país: a desigualdade social.

Nós, da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos, sabemos disso pois, em parceria com importantes associações como a Central Única das Favelas e o Banco de Alimentos de Sorocaba, temos ajudado a levar comida e dignidade a esses sorocabanos. Entidades como estas, inclusive, têm suprido a falta de investimentos e infraestrutura por parte do Estado. Ou seja, à falta de políticos que olhem para quem mais precisa.

Com esta nota, convidamos o nobre vereador a se despir de qualquer tipo de preconceito e ir conhecer essas comunidades para entender a realidade de grande parte do nosso país. Precisamos, urgentemente, valorizar a cultura de resistência da favela como ferramenta de transformação social.

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