Na tarde desta quarta-feira, 22, os trabalhadores da Bosch conquistaram aumento real nos salários. A proposta foi negociada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) e a decisão passou pelo crivo dos metalúrgicos durante assembleia realizada na fábrica.
De acordo com representantes do SMetal, a proposta apresenta reposição da inflação do período – de setembro de 2022 a setembro de 2023 – medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que fechou em 4,06%; além de aumento real. O pagamento será realizado incluindo o montante retroativo a 1º de setembro, data-base da categoria.
Wagner Aparecida Bueno (Sorveteiro), responsável pelas tratativas com a empresa, comenta que a Bosch havia repassado 5% de reajuste, no bojo do que foi acordado entre os representantes da multinacional e o sindicato patronal, no entanto o SMetou pautou a empresa para garantir que uma porcentagem maior fosse acrescida, para conceder aumento real aos trabalhadores.
“Esses 5% não foi porque a empresa ou o Sindipeças quiseram, pois se dependesse disso seria repassado apenas a inflação de 4,06%. A gente pautou a empresa, propôs o acordo individual e colocou 6,14% como reajuste”, afirmou durante a assembleia.
Outro ponto aprovado durante a assembleia foi o aumento no vale-alimentação (VA) de 10%, que começará a valer a partir do mês de dezembro deste ano.
Quanto ao teto salarial, o SMetal garantiu avanço significativo para expandir esse mecanismo que, agora, passa a ser maior e incidir menos sob determinadas remunerações. Os trabalhadores do administrativo também opinaram sobre proposta de banco de horas de 2024, que foi aprovada durante a assembleia.
Leandro Soares, presidente do Sindicato, fez a abertura da atividade. Em sua fala, ele recordou da importância dessa conquista para os trabalhadores da Bosch e enfatizou, também, os últimos acontecimentos históricos que foram relevantes para a categoria. Soares pontuou a reforma trabalhista como sendo um momento desafiador para os trabalhadores.
“Em 2017, enfrentamos uma derrota muito grande para a classe trabalhadora. Que só não foi sentida com mais potência pelos metalúrgicos porque este Sindicato se propôs a negociar acordos que garantissem emprego, renda e direitos sociais”, disse.
O líder sindical fez uma analogia em que comparou a categoria com uma floresta. Para ele, a função do sindicalista é pensar em toda a floresta e não somente a árvore, por isso as negociações coletivas são fundamentais, pois protegem um expoente maior de trabalhadores.