Indignados com a demora em obter propostas salariais, os metalúrgicos do terceiro turno da empresa Dana, fabricante de autopeças, não entraram para trabalhar na noite desta segunda-feira, dia 26. “Pela disposição dos companheiros em lutar por salários, valorização e respeito, os trabalhadores dos demais turnos (na terça-feira) devem aderir ao movimento sem vacilar”, avalia Valdeci Henrique da Silva, um dos dirigentes sindicais que lidera a greve esta noite.
Os trabalhadores da Johnson Controls (antiga Enertec), fabricante de baterias automotivas, também não entraram para o turno às 22h. Mas após 1h30 de paralisação, a empresa resolveu apresentar uma proposta de reajuste satisfatória aos funcionários, que encerraram o movimento e entraram para o trabalho.
O Sindicato não divulga a proposta da Enertec, para não influenciar negociações em outras fábricas, mas informa que os funcionários, antes da aprovação na noite de hoje (26), já haviam rejeitado duas propostas: 10% de reajuste e R$ 770 de abono ou 11% de reajuste sem abono. A proposta aprovada foi superior e será submetida às assembleias no primeiro e segundo turnos nesta terça.
Outras paralisações
Também nesta segunda, desde às 6h da manhã, a Honeywell e a Prysmian estão com a produção parada por falta de acordos salariais. As três empresas em greve estão instaladas em Sorocaba e contam, juntas, com quase 2 mil funcionários.
A Dana se recusou a fazer proposta superior aos 10% de reajuste do acordo estadual, considerado baixo pelos metalúrgicos da região de Sorocaba. Na Enertec, uma proposta de última hora encerrou uma greve que prometia ser longa. A Honeywell não apresentou propostas. Na Prysmian, os metalúrgicos do segundo turno rejeitaram 10% de reajuste de R$ 1.500 de abono na tarde desta segunda, 26.
Acordos em 19 empresas
Enquanto a insatisfação se concretiza em greve nessas três fábricas; e os metalúrgicos se preparam para a paralisação em dezenas de outras, foram firmados acordos salariais em 19 empresas na última semana. Esses acordos já beneficiaram 9,7 mil metalúrgicos da região. Esse balanço inclui os 1.200 funcionários da Enertec, que teve proposta aprovada no terceiro turno da fábrica hoje (26).
“Levando em conta a agenda de negociações da diretoria nos próximos dias e o avanço nas propostas em algumas fábricas, os acordos podem duplicar nos próximos dois dias”, afirma Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato.
“Agora, empresa truculenta ou que apresenta proposta ridícula, se houver mobilização dos trabalhadores, vai colher os frutos da incompetência na direção de recursos humanos em respeitar nossas reivindicações. De uma hora para outra, vai parar”, avisa Terto.
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