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Documentário tem o basquete como uma luta feminina

A equipe feminina começou a ganhar prêmios e a se impor, chegou num momento que elas tiveram muito destaque. Fotos antigas mostram a torcida de terno e gravata.

Imprensa SMetal
Reprodução
A equipe de basquete feminina só recebia o uniforme da prefeitura. Além de atletas, elas trabalhavam e estudavam

A equipe de basquete feminina só recebia o uniforme da prefeitura. Além de atletas, elas trabalhavam e estudavam

Nesta segunda-feira, dia 27, às 18h, será apresentado, no auditório do quarto andar do SMetal, o documentário “O protagonismo das mulheres no basquete feminino de Sorocaba 1949 a 1970”, da produtora e pesquisadora Angeles Paredes Toral.

A obra foi patrocinada pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura e resgata a história das “meninas da equipe de basquete”, que tiveram reconhecimento e muitas conquistas tanto como equipe esportiva vitoriosa como na luta pela afirmação de gênero, numa sociedade machista e num esporte dominado pelo sexo masculino.

Diversas pesquisas atestam as conquistas em campeonatos no Estado e fora dele e participações na equipe nacional, como os famosos jogos no Peru, Chile e na Tchecoslováquia. “Em décadas que a mulher era incentivada a ser dona de casa ou professora, estas valentes sorocabanas, mesmo sem salário e sem o apoio das famílias que no geral eram pobres – mostraram o protagonismo das mulheres atletas e elevaram o nome de Sorocaba”, conta Angeles.

O documentário que tem direção de Cleiner Micceno, traz entrevistas com as atletas, hoje algumas com mais de 80 anos e que caíram no esquecimento da população.

Ao utilizar o basquete e sua equipe feminina, o esporte foi trabalhado não só como uma vocação profissional dessas meninas – que sem dúvida elas tinham – mas, como metáfora de um mundo competitivo em que a “mulher aparece prejudicada no placar”.

Angeles contou ao SMetal que além da exibição do documentário a atividade contará também com exposição dos troféus e fotos da equipe em diversos momentos.

A ideia de fazer a obra surgiu da relação de Angeles com algumas ex-jogadoras. “Eu faço ginástica com a Isabel Negretti, de 81 anos, e sempre fico encantada com a força dessa mulher e a disposição, além da alegria”. Ritinha, Benedita, Ermelinda, Neide. São alguns nomes de sorocabanas que integraram a equipe e hoje estão entre 70 a 80 anos.

Equipe da cidade

O técnico das meninas era o Campineiro, que foi chamado pelo prefeito Gualberto Moreira para vir a Sorocaba e montar a equipe. Campineiro era jogador famoso, que morava em Campinas.

De acordo com Angeles, ele foi o responsável pela hoje conhecida técnica jumping, no basquete. “Ele trouxe essa técnica dos Estados Unidos”.

“Conviver com elas foi um aprendizado. Quando eu estudava na escola municipal Dr. Achilles de Almeida, no Além Ponte, perto do Ginásio de Esportes, que foi inaugurado em 50, a gente ia treinar lá e eu ficava encantada de ver os troféus, medalhas das meninas do basquete. Às vezes, encontrava com elas no ginásio treinando. Essa atmosfera do jogo me marcou e eu tinha uns 10 anos de idade”, explica Angeles.

A entrada é gratuita. O Sindicato fica na rua Julio Hanser, 140, Lageado. Próximo da rodoviária.

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