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História

CUT 40 anos: décadas de luta e conquistas para a classe trabalhadora

A Central Única dos Trabalhadores fez parte da história do país, contribuindo para a conquistas de direitos sociais fundamentais e resistindo aos retrocessos

Imprensa SMetal com informações da CUT
ADONIS GUERRA

Um dos principais papéis da CUT ao longo de sua história foi conscientizar os trabalhadores sobre seus direitos, além de ser uma ferramenta para as mobilizações sociais

Nesta segunda-feira, 28 de agosto, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), da qual o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) é filiado, celebra 40 anos de mobilizações em defesa da classe trabalhadora no Brasil.

Fundada em 1983, durante a Ditadura Militar, no 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (CONCLAT), em São Bernardo do Campo, que reuniu mais de cinco mil trabalhadores, a maior central sindical da América Latina passou a fazer parte da história do país, contribuindo para as conquistas de direitos sociais fundamentais e resistindo aos retrocessos.

A CUT nasce da necessidade de articular todas as categorias em uma mesma entidade, o que era proibido no período de sua fundação, marcado pela repressão e recessão econômica, quando mais de 40 mil trabalhadores haviam perdido seus empregos.

Um dos principais papéis da CUT ao longo de sua história foi conscientizar os trabalhadores sobre seus direitos, além de ser uma ferramenta para as mobilizações sociais. É uma organização sindical brasileira de massas, de caráter classista, autônomo e democrático, baseada nos princípios da igualdade e da solidariedade. A entidade também defende a autonomia e independência sindical.

O presidente do SMetal, Leandro Soares, parabeniza a Central por seus 40 anos de lutas em defesa da classe trabalhadora. “O SMetal tem orgulho de fazer parte dessa história. Junto aos demais sindicatos da CUT, lutamos intensamente em defesa da classe trabalhadora, que venham mais 40 anos!”.

Historicamente, desde a fundação da CUT, os metalúrgicos de Sorocaba possuem um papel importante dentro das mais diversas instâncias. Em 2015, no 14º do CECUT, Ademilson Terto da Silva assumiu a Secretaria de Relações do Trabalho da CUT/SP e, em 2019, na última edição do Congresso, a dirigente do SMetal Priscila Silva foi eleita para o cargo de Secretária de Juventude da CUT estadual.

Sem contar a subsede da CUT em Sorocaba que, por diversos mandatos, contou com dirigentes do ramo metalúrgico à frente da coordenação. O SMetal também faz parte da diretoria das principais instâncias dentro do ramo, como a Federação e a Confederação dos Metalúrgicos da CUT – FEM-CUT/SP e CNM-CUT.

História de lutas

Entre os anos 1980 e 2000, a marca das mobilizações da CUT foi a construção da redemocratização do Brasil e o combate à agenda neoliberal do período, que aprofundava a fome, a miséria e o desemprego, pois os governos da época não priorizavam o desenvolvimento econômico.

De 2003 a 2013, a CUT seguiu mobilizando os trabalhadores para avançar em seus direitos, momento propício para conquistar melhores condições de vida. Foi o caso da Política de Valorização do Salário Mínimo do Governo Federal, plano econômico que diretamente aumentou a renda dos trabalhadores.

Após esse período, o país sofreu uma série de retrocessos partindo de uma nova onda neoliberal, que por exemplo, aprovou a terceirização da atividade fim, a reforma trabalhista que precariza mais as condições de trabalho e a reforma da previdência que destruiu as possibilidades de aposentadoria, devido ao golpe que a presidenta Dilma Rousseff sofreu em 2016.

Desde então, a CUT esteve junta à classe trabalhadora resistindo para que os direitos conquistados não fossem perdidos. Mobilizações e greves foram organizadas para combater os retrocessos, o que possibilitou o retorno do presidente Lula ao governo, abrindo um novo período de vitórias.

Desafios para os próximos anos

Segundo Ariovaldo de Camargo, secretário de Administração e Finanças da CUT Nacional, a central tem o desafio de se reinventar, pois as reformas neoliberais aprovadas no último período, combinadas à pandemia da COVID-19, precarizaram as relações de trabalho, demandando novas formas de organização, especialmente dos trabalhadores informais.

Além disso, as estruturas sindicais foram duramente atacadas, exigindo que a central retome as formas de acordos coletivos e de financiamento democrático, decididos pelos próprios trabalhadores.

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