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Campanha Salarial: desafios e lutas para 2022 são debatidos pela FEM

Segundo encontro preparatório para a Campanha Salarial 2022 aconteceu na sede do SMetal, em Sorocaba, nesta quinta-feira, dia 31; negociações com o G10 e cláusulas sociais foram os principais temas debatidos

Imprensa SMetal
Daniela Gaspari / Imprensa SMetal
Segundo encontro da FEM-CUT/SP e Sindicatos filiados aconteceu em Sorocaba, na sede do SMetal

Segundo encontro da FEM-CUT/SP e Sindicatos filiados aconteceu em Sorocaba, na sede do SMetal

Para dar continuidade às discussões sobre os principais desafios e preparar a luta para a Campanha Salarial 2022, foi realizado nesta quinta-feira, dia 31, o segundo encontro da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT/SP) com os Sindicatos filiados, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal).

A atividade contou com a presença de dirigentes de 11 dos 13 sindicatos filiados da FEM-CUT, que abrangem 56 cidades, com o intuito de ouvir todos os sindicalistas sobre as demandas dos trabalhadores da categoria. “Esses encontros servem de preparação para a plenária estatutária da Federação, quando iremos definir os eixos e o tema da Campanha Salarial deste ano”, explicou o presidente da FEM-CUT, Erick Silva.

Ele lembrou que nas bancadas patronais do Grupo 2 (máquinas, equipamentos elétricos e eletroeletrônicos), Siniem (Estamparia de Metais), Sindifupi (funilarias e pintura), Grupo 8.2 (trefilação e laminação de metais ferrosos e de esquadrias e construções metálicas) e Grupo 8.3 (de ferros, metais e ferramentas em geral, de artefatos de metais não ferrosos e de equipamentos ferroviários e rodoviários), a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) perde a vigência neste ano, portanto, além da questão econômica, será debatida a renovação das cláusulas sociais.

“Mas nada nos impede de debater melhorias nas questões sociais também nos outros grupos patronais que possuem a Convenção Coletiva até ano que vem se assim os dirigentes sindicais e a categoria entenderem como necessário”, enfatizou.

As bancadas patronais do Grupo 3 (peças, parafusos e forjarias), Sifesp (fundição), Sindratar (refrigeração, aquecimento e tratamento do ar) e Sindicel (condutores elétricos, trefilação e laminação de metais não ferrosos) têm as cláusulas sociais garantidas até 31 de agosto de 2023.

Cláusula do lesionado

Entre as principais pautas que foram debatidas no encontro da Federação está a cláusula de estabilidade aos trabalhadores lesionados ou com doença ocupacional. “Essa reunião de preparação para a nossa Campanha Salarial tem na pauta de direitos um tema fundamental e de absoluta importância na vida do trabalhador, que é a garantia ao trabalhador vítima de acidente ou doença do trabalho. Estamos construindo um consenso para que tenhamos essa garantia reforçada nas Convenções Coletivas”, explicou Erick.

Grupo 10 e Aeroespacial

Outro desafio para 2022 debatido pela Federação e os Sindicatos filiados é o impasse nas negociações com o Grupo 10 – composto principalmente por pequenas e microempresas, além de oficinas mecânicas – e o Aeroespacial, que representam quase 10% da categoria do Estado de São Paulo e há pelo menos cinco anos estão sem acordos “guarda-chuvas”.

Daniela Gaspari / Imprensa SMetal
Erick Silva, presidente da FEM-CUT, falou sobre as principais dificuldades que os dirigentes irão enfrentar nas discussões com as bancadas patronais

Erick Silva, presidente da FEM-CUT, falou sobre as principais dificuldades que os dirigentes irão enfrentar nas discussões com as bancadas patronais

“Estamos discutindo uma estratégia para convencer o Grupo 10, que é o mais ligado à Fiesp, a voltarmos a ter a Convenção Coletiva assinada. Já temos conversas iniciadas com alguns desses sindicatos e esperamos que a gente consolide em 2022 uma Convenção nesse grupo tão importante”, assegurou Erick.

Ele reforçou ainda do porque é tão importante garantir a Convenção para toda a categoria. “A Convenção Coletiva é a garantia dos direitos equânimes e equitativos, de forma absolutamente equilibrada para mais de 194 mil trabalhadores metalúrgicos do Estado de São Paulo. Porque se não for assim, onde temos mais mobilização, teríamos acordos maiores, e onde há menos, haveria acordos e direitos menores e um quadro de desigualdade em toda a base”, explicou.

Negociações econômicas

Leandro Soares, presidente do SMetal, por sua vez, destacou a importância das reuniões preparatórias entre a FEM-CUT e os sindicatos filiados para a conquista de uma Campanha Salarial vitoriosa. “Não tenho dúvida nenhuma que a unidade dos sindicatos, que inclusive traz os anseios e as dificuldades dos trabalhadores em cada região na qual eles representam, será fundamental para que tenhamos êxito nessa Campanha Salarial, que não será nada fácil”, assegurou.

Para ele, a inflação desenfreada, que tem afetado a vida do trabalhador, será mais uma vez um dos principais desafios da Campanha dos Metalúrgicos. “Temos um ano bastante difícil pela frente. Além dos ataques constantes que a nossa categoria e a classe trabalhadora vêm sofrendo no nosso país, a inflação descontrolada tem impactado diretamente no bolso do trabalhador. Mas com a unidade dos Sindicatos e da classe trabalhadora, nós iremos reverter esse atual cenário”, finalizou.

Calendário de 2022

Todas as sugestões de melhorias na Convenção Coletiva de Trabalho e pautas debatidas nos encontros da Federação servirão de apoio para a escolha do tema e dos eixos para a Campanha Salarial de 2022, que serão apresentados na Plenária Estatutária, marcada para o dia 9 de abril.

Aprovada em plenária, a proposta será levada pelos Sindicatos para deliberação dos trabalhadores em suas bases, entre os meses de abril e maio. A entrega da pauta de reivindicações dos metalúrgicos da CUT para as bancadas patronais está prevista para junho.

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