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Avanço da dengue assusta George Oeterer

Em apenas 17 dias, Iperó registrou cerca de 130 casos de dengue, sendo 128 apenas no distrito de George Oeterer, conforme um relatório do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)

Imprensa SMetal

Em apenas 17 dias, Iperó registrou cerca de 130 casos de dengue, sendo 128 apenas no distrito de George Oeterer, conforme um relatório do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Os números foram apresentados por uma equipe técnica da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) Sorocaba, em uma reunião que ocorreu na manhã de ontem em Votorantim para discutir o assunto no município e na região. Para a Sucen, Iperó está em fase de emergência, pois é o município que apresenta o maior número de casos na região, seguido por Sorocaba, com 62 casos registrados. A Prefeitura de Iperó confirma a incidência de casos no bairro, informando que das 206 pessoas que ficaram doentes de julho passado até hoje, 205 moram em George Oeterer.

Os moradores do bairro estão preocupados com a situação. “Em George Oeterer tem mais dengue do que gente”, relata a aposentada Maria da Penha da Silva, de 66 anos, que foi contaminada pelo mosquito no ano passado. A dona de casa Adriana Silva, de 33 anos, conta que em todas as ruas do bairro há, no mínimo, duas famílias com dengue. “Todas as pessoas que conheço já tiveram ou estão infectadas. Um conhecido meu está internado com dengue hemorrágica”, lamenta.

Adriana também já teve a doença e para prevenir picadas do mosquito diz que não está vencendo comprar venenos e repelentes. “Um frasco de repelente corporal dura no máximo uma semana. Estamos usando repelente de todos os tipos. Passo na casa toda, inclusive no quintal”, conta. O proprietário de uma oficina mecânica Antônio Carlos de Oliveira, de 46 anos, também foi infectado. “Eu quase morri. Dói o corpo inteiro. Não gosto nem de lembrar”, relata. Para evitar o contágio, Antônio diz que cuida dos locais da casa que possam acumular água parada. “A população também tem que ajudar. A coisa está triste aqui”, destaca.

A estudante Isabelly Somenzari, de 16 anos, diz que está fazendo sua parte. “Estou seguindo todas as recomendações para evitar a proliferação do mosquito, mas o número de casos só está aumentando no bairro”, diz. O comerciante Ednilson da Silva, de 43 anos, diz que o bairro está abandonado. “Tem muita gente com dengue. Todo dia tem gente procurando água de coco para se hidratar”, conta. Ednilson aponta que “se todos fizessem a sua parte, o bairro não estaria assim”.

A Sucen diz que a situação de Iperó é preocupante. “A população deve ficar em estado de alerta. É preciso fazer investimentos na gestão do controle de criadouros. Os moradores também devem ficar atentos aos sintomas da doença e procurar uma unidade de saúde. Hoje, todos possuem informações sobre a dengue, basta praticar”, ressalta Sueli Yasumaro Diaz, diretora regional da Sucen.

A Prefeitura de Iperó diz que intensificou a nebulização e limpeza de terrenos e residências dos bairros mais afetados desde a semana passada, com apoio da Sucen. Cita também que durante o ano de 2014, a equipe da Saúde desenvolveu as atividades preconizadas no Plano Nacional de Combate a Dengue (PNCD), como visitas casa a casa, controle mecânico de possíveis criadouros, avaliação de densidade larvária (ADL), ações de limpeza e também de orientação. Mas também destacou que é fundamental a colaboração de toda a população, tanto nas ações preventivas de eliminação de criadouros, como de comunicação imediata de casos suspeitos.

Em Votorantim

Comparada a George Oeterer, a situação de Votorantim está tranquila no começo do ano. Não há casos de dengue confirmados na cidade, mas há 16 pessoas suspeitas aguardando o resultado do exame. Durante o encontro de ontem, representantes das Secretarias da Saúde, Educação, Serviços Públicos e Meio Ambiente apresentaram atitudes realizadas que foram positivas no combate aos criadouros do mosquito transmissor da dengue, como a contratação de novos agentes. A secretária da Saúde Izilda Maris Chiozzotto de Moraes destacou que é importante a participação de todos. “A dengue é um problema municipal. É importante que todos colaborem. Toda pessoa deve ser um agente fiscalizador. Sempre temos que estar em estado de alerta”, completa. (Supervisão: Armando Rucci Filho)

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