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Ato contra ‘sufoco’ e corrupção no Metrô reúne 3 mil pessoas no centro de São Paulo

Manifestantes enfrentam frio e chuva para reivindicar melhorias no sistema público de transporte

Rede Brasil Atual
Mariana Topfstedt/Sigmapress/FolhaPress

Manifestantes enfrentam frio e chuva no centro de São Paulo

Aproximadamente 3 mil pessoas, segundo os manifestantes, enfrentaram o frio e a garoa do fim de tarde em São Paulo e saíram do Vale do Anhangabaú em direção à sede da Secretaria de Transportes Metropolitanos, na rua Boa Vista, centro da cidade, no primeiro dos dois protestos previstos para hoje (14) contra a corrupção no Metrô de São Paulo e por melhorias nos transportes públicos.

Uma comissão formada por representantes do Sindicato dos Metroviários, dos Ferroviários e do Movimento Passe Livre foi recebida na Secretaria e entregou uma carta de reivindicações.

Do lado de fora, manifestantes queimaram uma catraca e um boneco que disseram ser uma representação do governador Geraldo Alckmin (PSDB) ou de um empresário do setor.

Entre as pautas, estão a luta contra a política de privatizações, de terceirizações e contra as tarifas no transporte público.

A Polícia Militar mobilizou 350 agentes e a operação está sendo comandada pelo tenente coronel Pignatari. O comandante é o mesmo que liderou a ação da PM no terceiro Grande Ato contra o aumento das passagens, que ocorreu no dia 11 de junho e foi marcado por confronto entre PMs e manifestantes.

Naquela ocasião, Pignatari criticou a organização do MPL por não apresentar um líder, e comentou que era bastante difícil negociar com o movimento, porque “a PM não tinha condições de individualizar atos de vandalismo e depredações”.

Hoje o coronel afirmou que “os policiais estão tomando todas as precauções para evitar que a ordem seja quebrada, e não vão esperar que isso aconteça para agir”.

“Mantendo a ordem, os manifestantes podem circular por onde quiserem”, completou. Dentre o equipamento tradicional, os PMs estão portando câmeras para gravar o ato.

Questionado pela Rede Brasil Atual se a PM tinha policiais à paisana na manifestação, Pignatari negou, dizendo que todos os agentes estavam uniformizados.

Posteriormente, ao responder a um outro jornalista, ele apenas afirmou “estamos agindo dentro da legalidade pra evitar atos de vandalismo”.

Melhoria do transporte

A melhoria do transporte público é uma das principais reivindicações dos manifestantes.

Uma das faixas, colocada embaixo do Viaduto do Chá, traz o desenho de um ônibus e a frase ‘Transporte não é mercadoria: Chega de sufoco”. Outras dizem: “Por 20 centavos derrubamos a tarifa. Por 425 milhões nós derrubaremos o Alckmin”, “Chega de sufoco, fora máfia dos transportes”, “Fora Alckmin” e “Metrô sim, monotrilho, não”.

Há bandeiras do PSTU, PSOL, dos anarquistas e do sindicato dos metroviários

Para Marcelo Hotimsky, do MPL, a manifestação é semelhante às de junho. “O motivo hoje é muito parecido: seja a denúncia de cartel, seja o aumento de tarifa. Todos eles demonstram a mesma lógica: que o transporte coletivo em São Paulo é pensado de acordo com interesses de certos grupos e empresas e não de acordo com os interesses dos usuários e dos trabalhadores do transportes”, criticou Hotimsky.

Ele disse que a denúncia de formação de cartel demonstra que o dinheiro, que deveria ser investido em transporte público, na melhoria dos serviços e na redução das tarifas, está sendo usado no interesse de alguns grupos privados.

O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, informou que tem uma carta de reivindicações para entregar ao secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes.

“É possível vencer essa máfia, que é muito poderosa e que financia os políticos”, disse ele. Prazeres adiantou que a principal reivindicação é a devolução do dinheiro público que, segundo ele, foi roubado. “Já se fala em R$ 425 milhões. Queremos a devolução e a prisão de todos os que estão envolvidos neste esquema de corrupção.”

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