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Após dois anos, maior parte das promessas de Manga não saem do papel

Habitação, creches, escolas, UBSs até as 22h e mais pontos de wifi estão pendurados na conta do prefeito eleito em 2020, Rodrigo Manga; na saúde, a promessa de “zerar as filas” de procedimentos também não andou

Fabiana Blazeck Sorrilha, pelo Portal Porque
Foto: Divulgação Prefeitura de Sorocaba
Uma das principais promessas de campanha do prefeito Manga, os apartamentos populares não têm previsão de entrega até o fim do mandato.

Uma das principais promessas de campanha do prefeito Manga, os apartamentos populares não têm previsão de entrega até o fim do mandato.

Há mais de 1.100 dias à frente do governo municipal, com mais de metade do mandato cumprido, o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), ainda nem começou a cumprir a maioria das promessas feitas durante a campanha política. O plano de governo do político, chamado “A Mudança Vai Começar”, se divide em nove áreas, subdivididas em mais 140 subitens e diz estar pautado em políticas públicas factíveis e participativas.

No papel, há a intenção, por exemplo, de ampliar o número de pontos gratuitos de internet para que a população tenha real acesso aos serviços públicos disponíveis. No entanto, nem mesmo as ações nas principais áreas de atendimento à população, como saúde, educação, cidadania e mobilidade, começaram a ser feitas. E também não houve aumento dos pontos de internet pública na cidade.

Na área de habitação, foram realizados dois sorteios de apartamentos populares que nem começaram a ser construídos, deixando centenas de pessoas na expectativa de que a promessa de campanha se concretize. O compromisso assumido por Manga é criar 40 conjuntos habitacionais em áreas públicas de Sorocaba, porém, de acordo com o cronograma dos primeiros empreendimentos, nenhum apartamento deverá ficar pronto antes de 2025.

Outro pacto do governo com os eleitores, que ainda não saiu do papel, foi o “Arruma Sorocaba”, que prevê gerar trabalho para quatro mil pessoas em situação de vulnerabilidade social. Em abril do ano passado, a lei que cria o programa municipal foi publicada na imprensa oficial, mas, até o momento, a licitação para a contratação da empresa terceirizada que irá selecionar a mão de obra prevista neste projeto ainda não aconteceu.

Na educação, das 20 creches prometidas e esperadas pela população, nenhuma foi inaugurada até agora. Enquanto isso, a fila de espera por uma vaga cresce: são mais de duas mil crianças fora das creches, sem atendimento. A promessa da prefeitura é que 11 novas creches deverão ser entregues até o final deste ano, além de duas escolas do ensino fundamental, uma no Jardim Amália e outra no Parque São Bento.

A saúde também padece à espera de que promessas se tornem realidade, como o caso das UBSs (Unidades Básicas de Saúde), que, conforme o prometido, permaneceriam abertas até as 22h. Nenhuma das 33 unidades passou a atender a população até mais tarde, conforme dito em campanha, para que as pessoas que trabalham também pudessem cuidar da saúde e passar pelas consultas médicas. Nem a nova policlínica, nem o novo hospital municipal – também compromissos de campanha – tiveram algum encaminhamento para que começassem a ser planejados.

Ainda na saúde, a promessa de “zerar as filas” de procedimentos também não andou. Pelo contrário, como o PORQUE noticiou em setembro do ano passado, conforme números obtidos pela Lei de Acesso à Informação (LAI), a fila havia aumentado 50% depois do lançamento do chamado “mutirão da saúde”, sete meses antes (clique aqui para ler esta matéria na íntegra).

O PORQUE enviou à Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Sorocaba 16 perguntas sobre os prazos de execução de obras, valores dos investimentos e prioridades dos itens expostos nos eixos de atuação do governo municipal para dispor de mais informações para os leitores.

Entre as informações solicitadas estão o número de pessoas que aguardam uma cirurgia eletiva e quantos médicos estão atuando na rede municipal de saúde, quando acontecerá a informatização total do sistema de segurança urbana integrado com sistemas de vigilância e de identificação, em parceria com a comunidade, Estado e iniciativa privada e como se dará o plano de renovação, ampliação e modernização da frota de ônibus. Até o fechamento dessa matéria, não houve nenhuma resposta, mas o espaço segue à disposição da prefeitura.

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