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Desigualdade

Sorocaba 369 anos: as duas realidades de uma mesma cidade

Enquanto de um lado há uma cidade com altos índices econômicos, principalmente provenientes das mãos dos metalúrgicos, do outro, há quase 44 mil pessoas vivendo na pobreza

Daniela Gaspari/Imprensa SMetal
Arte: Lucas Delgado

Dia 15 de agosto, Sorocaba comemora 369 anos e a categoria metalúrgica deve ter orgulho do importante papel que desempenha para a cidade, mas é importante ter consciência de que há outras milhares de pessoas que não possuem o mínimo para viver

Você sabia que de janeiro a julho deste ano, Sorocaba exportou cerca de R$ 6,5 bilhões e, desse montante, 95% foi produzido pelas mãos de trabalhadores metalúrgicos? Ou ainda que a cidade também tem o título de maior exportadora de carros e de rolamentos de esferas e o segundo lugar no setor de máquinas e aparelhos para colheita?

Esse protagonismo econômico só é possível graças ao trabalho árduo de cada trabalhador e cada trabalhadora da categoria e deve ser recompensado. Essa é a principal luta da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) e ela é contínua.

A base do SMetal é composta por quase 45 mil metalúrgicos, sendo que 35.710 trabalham em empresas de Sorocaba. Se pensarmos que cada um deles possui um (a) esposo (a) e um (a) filho (a), o total de pessoas diretamente impactadas pelas negociações do Sindicato é de quase 110 mil sorocabanos.

Impacto na sociedade

Silvio Ferreira, secretário-geral da entidade, lembra que o papel dos trabalhadores da categoria em prol da cidade não para por aí. Ele lembra que cada conquista do Sindicato, seja por melhores salários, valorização do vale-alimentação, no PPR, ou até mesmo por convênio médico e transporte fretado, contribui para aquecer a economia local e também para desafogar os serviços públicos, como a saúde, por exemplo.

Outro destaque da atuação do Sindicato em prol de Sorocaba e região é a busca constante por investimentos nos governos federal e estadual e a defesa de uma política de desenvolvimento industrial, especialmente por geração de empregos e a qualificação da classe trabalhadora.

“Nossa luta é sim por melhores salários e uma condição digna de trabalho, mas enquanto Sindicato Cidadão, não podemos aceitar que existam duas cidades. É inaceitável que existam cerca de 44 mil pessoas, praticamente o mesmo número de trabalhadores da nossa categoria, que mal tem um prato de comida na mesa. Precisamos nos unir, denunciar e cobrar do poder público uma política para combater essa triste situação”, critica Silvio Ferreira.

Sindicato Cidadão: SMetal atua para denunciar e ajudar no combater às desigualdades

Enquanto de um lado temos uma cidade industrial, rica e com altos índices econômicos, do outro a realidade é muito diferente. De acordo com dados da Vigilância Socioassistencial, da Prefeitura de Sorocaba, 36.256 pessoas vivem na linha extrema pobreza – que sobrevivem com uma renda familiar per capta de até R$89.

Se somar ao número de famílias na linha da pobreza, que têm renda per capta de até R$ 178, segundo dados do Cadastro Único, de abril deste ano, são 43.984 pessoas que vivem à margem da sociedade, muitas vezes sem comida no prato.

E foi conhecendo parte dessa outra realidade que nasceu o SMetal do Bem, para denunciar e combater a fome na cidade. O dirigente Alessandro Marcelo Nunes (Marcelinho), coordenador do projeto, conta que a iniciativa nasceu juntamente com a Campanha do Agasalho deste ano.

“Durante as entregas dos cobertores e dos marmitex, presenciamos uma realidade muito dura, de gente passando fome, e que a Prefeitura de Sorocaba tenta a todo custo esconder. E para ajudar a trazer dignidade para as famílias, decidimos tornar essa distribuição de marmitas uma campanha permanente”, explica.

Desde início da campanha, no dia 20 de julho, foram entregues 350 marmitas e mais frutas de sobremesa a famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social nos bairros Brigadeiro Tobias, Genebra, Inhayba e Tupã.

A entrega dos marmitex acontece semanalmente e tem parceria com o Banco de Alimentos de Sorocaba, que atua há mais de 15 anos no combate à fome na região.

Arte: Cassio Freire

Duas realidades de Sorocaba / FONTE: FONTE: RAIS /MTE e Comextat (MDIC) – Elaboração Subseção Dieese SMetal / Fonte: Cadastro Único/Abril de 2023, pela Vigilância Socioassistencial e Portal Porque

SMetal também é acesso ao Esporte

Valorizar o esporte local também é uma prática do Sindicato, com as parcerias com o Esporte Clube São Bento, a Associação Sorocaba para Desporto de Amputados (ASDA) e a Liga Sorocabana de Basquete (LSB).

A novidade é que a partir de agora, os dependentes de associados do sindicato têm desconto nas aulas de basquete com a LSB, equipe patrocinada pelo SMetal. A Escolinha possui turmas mistas, masculinas e femininas, com crianças e jovens de 6 a 17 anos.

As aulas da modalidade ocorrem duas vezes por semana e a mensalidade é de R$ 120 por aluno (a). Mais informações e inscrições pelo (15) 99665-8755

SMetal também é acesso à Educação

Formar e qualificar também é uma missão do SMetal. Além de buscar cursos para profissionalização com foco na indústria e na vida dos trabalhadores da categoria, o Sindicato também se preocupa com a ampliação da oferta de ensino de qualidade para a região.

Com esse intuito, mais uma vez, o SMetal será sede das aulas do curso de pós-graduação em Desenvolvimento de Pessoas do Instituto Federal de São Paulo campus Sorocaba. Será a partir deste mês e de graça, outra parceria do SMetal.

SMetal também é acesso à Cultura

Oferecer acesso à cultura de qualidade e gratuita para a população de Sorocaba e Região também é uma política do Sindicato Cidadão. E foi com esse objetivo que a entidade deu início ao Cine SMetal, que ocorrem todas as quintas-feiras, na sede da entidade.

A edição desta semana terá duas exibições: o filme “Vidas Partidas”, de Marcos Schechtman, e o curta “Lockdown: não tem vacina”, de Daila Ferreira. As duas obras evidenciam um tema extremamente relevante para a sociedade, que é o combate à violência contra a mulher. A entrada é gratuita e aberta ao público. A sessão começa às 19h.

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