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Projeto quer desapropriar a Usina Cultural

De acordo com o projeto, protocolado pelo vereador Carlos Leite (PT), o imóvel a ser desapropriado deverá ser destinado a atividades culturais, podendo integrar um complexo de esporte

Jornal Cruzeiro do Sul/Simone Sanches
FÁBIO ROGÉRIO/ARQUIVO JCS (27/4/2015)

O prédio, construído em 1909 e que já foi declarado patrimônio histórico, pertence ao Grupo Splice

O prédio da Usina Cultural Ettore Marangoni, que em abril de 2013 voltou a ser responsabilidade de seus proprietários, o Grupo Splice – antes era alugado pela Prefeitura de Sorocaba – pode ser desapropriado. A proposta é do vereador Carlos Leite (PT), que protocolou projeto de decreto legislativo declarando o prédio de utilidade pública, para fins de desapropriação. De acordo com o projeto, o imóvel a seria destinado à implantação de espaço para realização de atividades culturais, podendo integrar um complexo descentralizado de esporte e cultura.

Em maio deste ano, o jornal Cruzeiro do Sul publicou matéria sobre o fechamento e a falta de uso do espaço. Na época, a Prefeitura alegou não ter tratativa para nova locação do prédio, localizado na marginal direita do Rio Sorocaba, próximo ao terreno da antiga Companhia Nacional de Estamparia (Cianê). “É uma lástima vermos esse prédio, tão admirado e cobiçado pela classe artística de Sorocaba, absolutamente parado, sem utilidade alguma, sendo que foi utilizado recurso público para sua reforma e manutenção”, diz o autor do projeto. “Queremos que a sociedade volte a ser beneficiada com essa estrutura e declará-la de utilidade pública é o primeiro passo para ela ser desapropriada e voltar a receber eventos públicos”, enfatiza o vereador.

Para a classe artística, não poder utilizar o prédio, que é de propriedade do Grupo Splice e já foi declarado patrimônio histórico, é um grande desfalque para a cultura sorocabana, uma vez que ele era ocupado por grandes eventos. O prédio foi construído em 1909 pela Fábrica São Paulo da Cianê. “Nosso objetivo é reverter esse patrimônio para a municipalidade, de forma que ela possa voltar a oferecê-lo aos grupos artísticos da cidade, que hoje encontram dificuldades em locar espaços adequados para sua arte e suas apresentações”, comentou o vereador.

Adquirido em leilão

Procurado pela reportagem, o Grupo Splice informou que o imóvel, que é de propriedade privada, foi adquirido em leilão no ano de 2010, quando todos os participantes da arrematação tiveram a mesma oportunidade de adquiri-lo. Embora sendo de propriedade privada, sua administração afirma que o mesmo é costumeiramente cedido gratuitamente para realização de eventos direcionados à comunidade. “O Rotary utiliza o espaço externo da Usina Cultural semanalmente, todos os domingos, desde 21 de setembro de 2013”, diz, em nota. No local acontece o Feirão do Automóvel com renda revertida para o Rotary. O Grupo Splice diz ainda que o espaço foi disponibilizado para eventos da Agência de Desenvolvimento e Inovação de Sorocaba (Inova) e para Instituto Alexandre e Heloisa Beldi (IAHB), em 2013. O Grupo Splice não se manifestou sobre o projeto que propõe a desapropriação.

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