Na manhã desta quinta-feira, 13, os trabalhadores e trabalhadoras da Vicfer, empresa do Grupo Metalvic, aprovaram uma proposta do Programa de Participação nos Resultados (PPR) de 2023. O acordo foi negociado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal).
Neste ano, o programa será pago em duas parcelas, sendo a primeira com prazo de pagamento para o mês de agosto e a segunda, mediante critérios negociados com a fábrica, deve ser paga em fevereiro de 2024.
Esse tipo de acordo – que é conduzido para garantir o pagamento de um benefício – não era firmado no local desde 2011. Em 2022, os dirigentes sindicais intensificaram a abordagem do assunto com a Vicfer e conquistaram, pela primeira vez em 11 anos, uma proposta de PPR. Agora, em 2023, o acordo recebeu uma valorização de 57,5% se comparado ao que foi pago no último ano.
De acordo com Wagner Bueno (Sorveteiro), dirigente sindical responsável pelas negociações no Grupo Metalvic, o diálogo crescente, e a intensa cobrança do Sindicato dos Metalúrgicos, fez com que essa conquista chegasse aos trabalhadores. “Desde 2020 tentávamos nos aproximar da direção da empresa para garantir o PPR. Foi só com muito esforço, e apoio dos trabalhadores que se mobilizaram, que pudemos avançar nessa questão”, disse.
Em sua fala, Wagner relembra uma movimentação intensa que ocorreu na empresa nos últimos anos. Protesto, paralisação e, até mesmo perspectiva de greve, foram realizados em frente a empresa para que conquistas abrangentes, como o PPR, fossem garantidas. “Agora a meta é avançar em valores e estruturar as negociações permanentemente na fábrica”, reforça Sorveteiro.
Saúde e segurança
Além da pauta econômica, o SMetal também levou a questão da saúde e segurança dos trabalhadores na assembleia desta quinta-feira. Isso porque, em maio deste ano, um metalúrgico de 23 anos morreu em virtude de um acidente fatal ocorrido dentro da empresa.
W.S, que estava há apenas três meses neste posto de trabalho, teve 75% do corpo atingido por queimaduras. Ele foi internado em Unidade Intensiva de Tratamento (UTI), passou por uma traqueostomia, mas, devido ao grau dos ferimentos, não sobreviveu. À época, o departamento jurídico do Sindicato protocolou um pedido de fiscalização no Ministério Público do Trabalho (MPT) e na Gerência Regional do Ministério do Trabalho (GRT).
Fábio Rossy, dirigente sindical e membro do Comitê Sindical de Empresa (CSE) na ZF do Brasil, acompanhou Wagner Bueno neste encontro com os trabalhadores da Vicfer. Em sua fala, ele ressaltou a importância dos investimentos em treinamento e suporte, por parte da fábrica, para que os metalúrgicos possam estar preparados a exercerem suas funções.